O livro Saberes e Viveres da Caatinga – II Conferência da Caatinga, foi lançado na tarde desta quarta-feira (28/04), data em que se comemoram os dias nacional e estadual da Caatinga, em solenidade realizada de forma remota pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, por meio do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos.
A obra, compilada pelo Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp), resgata a II Conferência da Caatinga e a Feira dos Saberes e Culturas da Caatinga, realizadas em julho de 2018 com o tema “Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade”. Para baixar a publicação gratuitamente, acesse o cartão digital.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Artur Bruno, destacou a importância desse lançamento para a continuidade e aprofundamento dos estudos sobre o bioma caatinga. Artur Bruno também expressou a intenção de distribuir o livro nas bibliotecas públicas do Estado do Ceará, assim como foi feito com a publicação sobre a primeira conferência.
A coordenadora técnica da II Conferência da Caatinga, Rosana Garjulli, ressaltou que, à época da realização do evento, uma das grandes preocupações era debater o papel do homem dentro do bioma, e como realizar uma convivência sustentável. “Ao contrário da primeira conferência, nesta dispomos menos do debate intelectual sobre o tema e focamos em trazer à pauta experiências exitosas de convivência com esse bioma que nos é tão caro”.
Ela informou que foi firmada parceria com mais seis estados nordestinos, dos quais foram coletadas experiências resultantes de iniciativas civis, ações de Estado, políticas públicas e outras, para que fossem avaliadas e comentadas durante o ciclo de debates. “Foram 48 experiências apresentadas em salas e 17 banners, de eixos variados, tais como recursos hídricos, manejo ambiental, preservação de sementes, estudos universitários com grupos indígenas e outros”, explicou.
A coordenadora da feira de Saberes, Fátima Feitosa, explicou, também, que tudo foi feito de forma a exaltar a subjetividade do homem que vive no bioma da caatinga. “Ocupamos todos os espaços da Assembleia Legislativa não só com mesas de debate, mas também com stands de produtos, apresentações musicais e teatrais e outras propostas com o objetivo de ressaltar a riqueza desse bioma e da cultura que deriva dele”, apontou.
O deputado Acrísio Sena (PT) também considerou a necessidade dos debates e estudos sobre a caatinga serem ampliados, não apenas por ser um “bioma que é a cara do Brasil, pois só existe aqui”, mas também pelos riscos de desertificação que ele sofre e que pode acometer grande parte do estado do Ceará.
A secretária executiva do Conselho de Altos Estudos, Luiza Perdigão, destacou as contribuições do órgão em fomentar o debate de assuntos de interesse social identificados pelo parlamento cearense. Ela também chamou atenção para os debates sobre desertificação. “É de grande importância dar prosseguimento a esse debate, e o conselho de Altos Estudos têm cumprido seu papel no sentido de dar visibilidade ao tema. Esperamos poder realizar outras conferências sobre esse tema importantíssimo”, disse.
O presidente do Instituto Nordeste XXI, o jornalista e ambientalista Francisco Bezerra, informou que o Observatório da Caatinga, um dos encaminhamentos da II Conferência da Caatinga, está prestes a ser criado.
“Já começamos a organizar o órgão institucionalmente ao firmarmos parcerias com Dnocs, Sudene, Banco do Nordeste e outros. Quanto à parte física, o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta, nos cedeu um espaço e tão logo a situação que envolve a pandemia se estabeleça, começaremos construir”, ressaltou. Segundo ele, o Observatório da Caatinga será mais um instrumento de estudo visando a preservação e a convivência sustentável com a caatinga.