quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Cinco anos após o transplante, Ariele vive infância saudável e feliz ao lado da família

 


O ano era 2016, quando nasceram as gêmeas Adriely e Ariele. Elas são de Paraú, Rio Grande do Norte, a cerca de 330 quilômetros de Fortaleza. E o que seria o dia mais feliz para a mãe de primeira viagem, Mirian da Silva Rocha, tornou-se o prelúdio de uma temporada de incertezas. Logo após o parto, mãe e filhas foram separadas sem previsão do tão sonhado encontro devido às condições delicadas de saúde de Ariele e de Mirian.

“Eu fiquei internada 22 dias na UTI porque tive a síndrome de Hellp (grave hemorragia). Quando saí do hospital, vi Adriely primeiro. Ela estava em casa, no Rio Grande do Norte. Só um mês depois, vi Ariele, que estava em Fortaleza”, conta Mirian.


Ariele foi transferida para o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart, em Fortaleza, aos 15 dias de nascida. Ela havia sido diagnosticada com a síndrome do coração esquerdo hipoplásico, uma anomalia congênita grave, devido ao subdesenvolvimento do lado esquerdo do coração, que compromete a circulação do sangue. A menina foi indicada ao transplante e, aos dois meses, incluída na fila de espera


Mirian, mãe de Ariele Vitória, lembra com emoção o sim da família doadora que trouxe nova chance para a filha (Foto: Ares Soares)

“Com três dias, apareceu um coração. Só que a família não doou”, relembra a mãe. De acordo com Mirian, o tão esperado “sim” para doar um coração à sua filha só aconteceu 15 dias depois. “Eu não sabia o que fazer, só agradeci a Deus e pedi para dar tudo certo. Em nenhum momento perdi a esperança. Eu dizia ‘quanto maior a luta, maior a vitória’”.


Ariele Vitória Rocha Silva tinha três meses de vida ao receber o novo coração. Ela foi a paciente mais jovem a passar por um transplante cardíaco no Ceará. Hoje, com cinco anos, desfruta normalmente da infância como qualquer outra criança. “Tem mais energia do que todo mundo. Ela pinta, assiste televisão, vai ao parquinho de bicicleta. Leva uma vida normal, sem hipertensão, não tem nada. Ela está fazendo jiu-jitsu”, comemora Mirian.