domingo, 17 de novembro de 2024

G20 Brasil inova com comunicação colaborativa: a voz do povo no centro da narrativa global


Sob a presidência brasileira, o G20 deu outro passo inédito, ao implementar estratégia de comunicação colaborativa que transformou a forma como o grupo das maiores economias do mundo se conecta com a sociedade. Essa abordagem chegou ao seu ápice durante a Cúpula do G20 Social, um evento histórico que colocou as perspectivas populares no centro da narrativa oficial.

Durante um ano, diversas frentes compartilharam informações e perspectivas sobre os temas principais da presidência brasileira no G20: combate às desigualdades e às mudanças climáticas e reforma da governança global. Assim, os comunicadores colaborativos unem suas vozes e coberturas. Simbiose que possibilita que os leitores acompanhem e compreendam o quão grandioso está sendo o G20 Social.

Mais do que uma inovação pontual, a comunicação colaborativa foi uma construção ao longo da presidência brasileira, permitindo que movimentos sociais, comunidades indígenas, jovens e acadêmicos compartilhassem suas vivências e saberes, enriquecendo os debates e democratizando o acesso à informação.

Como funciona a comunicação colaborativa?

A essência da comunicação colaborativa está na coautoria: ela integra diferentes atores na produção de conteúdos e facilita a circulação de informações de forma plural e descentralizada. No G20, essa prática permitiu que comunicadores de diversas origens produzissem boletins de rádio, matérias e reportagens para o site oficial, contando histórias a partir de suas próprias lentes.

As parcerias foram muitas ao longo da presidência brasileira do G20. O projeto que reuniu repórteres mirins brasileiros no Kids20 foi o primeiro a dar a largada. A comunicação colaborativa se expandiu para boletins de rádio produzidos na língua indígena Guarani, comunicadores das comunidades periféricas, como G20 Favelas e o Favelas20, movimentos sociais, como a União Nacional de Estudantes (UNE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de universidades como a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), no Universidades20

Um dos criadores da comunicação colaborativa, Marcelo Branco, da Secom/G20, celebra: “nossa comunicação colaborativa teve o objetivo de tornar os movimentos sociais protagonistas da narrativa, aproximando a institucionalidade das demandas populares. As multidões agora fazem parte da estratégia de comunicação.”

Essa prática deu voz a segmentos historicamente sub-representados, com destaque para as assessorias de movimentos sociais, que assumiram papel de comunicadores oficiais do governo, um marco na história do G20.

Kids 20: jovens liderando a cobertura

Entre as iniciativas que ilustram o impacto dessa abordagem está o Kids 20, um projeto que levou jovens de cinco estados brasileiros a vivenciar a rotina de jornalistas. Crianças e adolescentes puderam entrevistar ministros e delegados estrangeiros, trazendo novas perspectivas para o evento e ampliando o alcance das discussões para dentro das casas brasileiras. Carlos Alberto Jr., coordenador de comunicação do G20 pela SECOM, conta que “a participação de crianças e adolescentes é uma excelente oportunidade para levar o tema do G20 para dentro de casa. Nada melhor do que o questionamento de uma criança ou adolescente para tirar os adultos da zona de conforto.”

Pluralidade no foco central

A comunicação colaborativa do G20 Brasil ampliou o escopo das discussões, incorporando vozes que tradicionalmente não participam do debate global. Por meio de iniciativas como o G20 Favelas e o F20 (Favelas 20), moradores de comunidades puderam compartilhar suas realidades, trazendo perspectivas locais para o centro das decisões. Essas contribuições foram complementadas por ações como os boletins de rádio em Guarani, conectando o G20 às populações indígenas e reconhecendo a importância de integrar a diversidade linguística e cultural do Brasil. Além disso, movimentos como o Voz dos Oceanos destacaram a urgência de proteger os mares e de incluir narrativas ambientais nos debates globais, com foco na sustentabilidade e no impacto direto sobre as populações costeiras. 

A comunicadora da União Nacional de Estudantes (UNE), Cristiane Tadam compartilha sua experiência de cobrir a Cúpula do G20 social:  “aqui encontrei comunicadores indígenas, feministas, educadores, estudantes secundaristas, ativistas internacionais, uma gama variada, vindas de comunidades espalhadas pelo Brasil produzindo conteúdo sobre o G20 a partir de seus olhares únicos e enviando para o mundo.” Essas experiências evidenciam como a pluralidade foi essencial para tratar temas centrais do G20 — como reforma da governança global, combate à fome e mudanças climáticas — de maneira mais inclusiva e representativa.

Uma nova forma de comunicar o G20

Se a Cúpula do G20 Social é uma celebração da democracia, a comunicação colaborativa do G20 é uma celebração ao direito à informação, um direito básico garantido pela Constituição Brasileira de 1988. Sob essa estratégia inovadora, o G20 Brasil não apenas consolidou um modelo inclusivo, mas lançou as bases para uma comunicação global mais democrática, onde cada voz tem espaço para ser ouvida e valorizada.