A Plenária "Reforma da Governança Global", um dos três eixos temáticos do G20 Social, foi um dos eventos mais concorridos, reunindo lideranças, especialistas e representantes da sociedade civil de diversas nacionalidades na manhã de hoje (15) no Boulevard Olímpico no Rio de Janeiro. Com plateia lotada e um clima de intensa expectativa, as discussões buscaram mapear os desafios e propor diretrizes para uma governança global mais inclusiva e democrática.
Participaram do evento Celso Amorim, chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Yildiz Temürtürkan, representante turca para relações internacionais, Ha Joon Chang, economista sul-coreano e Antônio Lisboa, representando a sociedade civil brasileira.
Os palestrantes destacaram as assimetrias de poder que ainda prevalecem em instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o próprio G20, que frequentemente favorecem as nações desenvolvidas em detrimento das economias emergentes e dos países em desenvolvimento. Essa desigualdade estrutural foi apontada como um dos maiores entraves para que essas instituições sejam capazes de enfrentar crises globais, redistribuir recursos e promover justiça social e ambiental.
Celso Amorim ressaltou a importância do G20 como espaço para repensar a governança mundial, destacando o papel dos blocos regionais, como o BRICS, no equilíbrio das hegemonias tradicionais. Ele defendeu uma reforma multilateral que priorize a transparência e amplie o protagonismo das nações do Sul Global. Amorim enfatizou que o equilíbrio de forças é fundamental para mudanças significativas.
Celso Amorim ressaltou a importância do G20 como espaço para repensar a governança mundial, destacando o papel dos blocos regionais, como o BRICS, no equilíbrio das hegemonias tradicionais. Ele defendeu uma reforma multilateral que priorize a transparência e amplie o protagonismo das nações do Sul Global. Amorim enfatizou que o equilíbrio de forças é fundamental para mudanças significativas:
"Temos que lutar para mudar o mundo, mas essa mudança depende de um equilíbrio de poder. O G20 Social se aproxima disso, com sua diversidade de composição – mulheres, sociedade civil, negros, povos originários. É essa pluralidade que pode criar um mundo melhor."
Yildiz Temürtürkan, destacou a luta das mulheres como central para a reforma da governança global. Ela celebrou a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no G20 Social e manifestou solidariedade ao povo palestino. Segundo Temürtürkan, a garantia dos direitos das mulheres e o combate ao patriarcado capitalista são elementos essenciais para um futuro mais justo. Entre suas propostas, estão a implementação de um imposto global unificado, a criação de uma democracia financeira e o fim de bloqueios a países como Cuba e Venezuela.
Ha Joon Chang trouxe um olhar crítico sobre as políticas econômicas globais, apontando como o neoliberalismo perpetua a dependência dos países em desenvolvimento. Ele defendeu a criação de mecanismos de financiamento e transferência tecnológica que respeitem as particularidades de cada nação:
"Não pode haver uma única regra econômica para todos. Isso só beneficia os países ricos." Chang também denunciou o controle dos Estados Unidos sobre o Banco Mundial, que contribui para a ampliação das desigualdades, e alertou para a necessidade de uma economia global que priorize os investimentos sociais.
Antônio Lisboa sublinhou a importância de incluir movimentos sindicais e populares nos debates globais. Para ele, o G20 Social é um marco histórico por abrir espaço à sociedade civil nos temas que moldam o futuro da humanidade. Lisboa defendeu que a ausência dessas vozes nos debates internacionais perpetua desigualdades, inviabilizando avanços em pautas urgentes como o combate à fome e a promoção da justiça social.
Antônio Lisboa sublinhou a importância de incluir movimentos sindicais e populares nos debates globais. Para ele, o G20 Social é um marco histórico por abrir espaço à sociedade civil nos temas que moldam o futuro da humanidade. Lisboa defendeu que a ausência dessas vozes nos debates internacionais perpetua desigualdades, inviabilizando avanços em pautas urgentes como o combate à fome e a promoção da justiça social.
As intervenções convergiram na necessidade urgente de uma reforma profunda na governança global. As crises contemporâneas – climáticas, econômicas e sociais – demandam soluções coletivas e inclusivas, sustentadas por um multilateralismo efetivo. O fortalecimento das alianças entre países do Sul Global, aliado à atuação de uma sociedade civil engajada, emerge como estratégia central para superar a lógica excludente que define o sistema atual.
A plenária demonstrou que a construção de um futuro mais justo e sustentável requer coragem política, solidariedade internacional e uma governança global que coloque os direitos humanos e o bem-estar coletivo no centro de suas decisões.