sábado, 19 de novembro de 2022

Não será tão simples um acordo entre PT e PDT no Ceará


O prefeito José Sarto, membro da comissão que sentará com o governador eleito Elmano de Freitas, para alinhar uma provável entrada do PDT no governo estadual, foi duro, ao relatar que a saída de Gardel Rolim da disputa pela presidência da Câmara de Fortaleza não tem qualquer ligação com o possível entendimento entre PT e PDT. “O PSB segue na nossa base”, disse Sarto, passando a impressão de que Léo Couto (PSB) não viabilizou sua candidatura sequer dentro do seu partido. 

Sarto é um estrategista político articulado, sabe jogar. O prefeito da quinta capital do País entende que o tempo vai abrindo portas. Seu encontro com Elmano, na festa de 80 anos do Sinduscon, serviu para quebrar o gelo. Aliás, o governador eleito foi muito gentil e sinalizou para o diálogo. 

“Eleição se ganha, se perde“, afirmou Sarto sobre o insucesso eleitoral do PDT. O prefeito está com o olhar  para o futuro. O PDT tem 70 prefeitos, um grande patrimônio político e Sarto sabe que o PT quer a hegemonia, sair dos atuais 28 para uma performance melhor. É a lógica da política, afinal, o PT terá o governo do Ceará a partir de 2023, conquistado no primeiro turno. Portanto, sem ter precisado dos caciques do PDT, como previa Cid Gomes. 

O deputado André Figueiredo, presidente do PDT no Ceará e, também, membro da comissão do partido que sentará com o governador Elmano, disse que a sigla aguarda “ser chamada”. O pedetista sabe que a conversa com o PDT é importante para o futuro governo. O partido possui 13 deputados estaduais e cinco federais, que terão de permanecer até 2026, ano eleitoral e período no qual será aberta a janela partidária, momento em que  pode haver troca de agremiação sem perda de mandato. 

Em âmbito nacional, o PDT já está no governo Lula, fez indicações para a equipe de transição e deve ocupar ministério. No Ceará, a possibilidade de um acordo aguarda o convite de Elmano e Camilo.