domingo, 21 de agosto de 2022

Meta pecuária: Ceará livre de aftosa, sem vacinação


O Ceará tem um mercado consumidor robusto de carne bovina. Só em Fortaleza são 3 milhões de pessoas. No interior, a carne também está no topo das lista de compras. Contrapondo essa realidade, não temos tradição de pecuária de corte. Mas temos potencial produtivo.

E quando o assunto é carne, ainda temos um desafio a ser vencido: a febre aftosa. Apesar das campanhas de vacinação - que acontecem anualmente em duas etapas - apresentarem bons e progressivos resultados, ainda não é o suficiente para vislumbrarmos o mercado internacional.

O Ceará precisa alcançar o status de Área Livre de Aftosa Sem Vacinação. Há um plano estratégico traçado para isso. A meta, segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adragri), é atingir esse patamar em  2023. Se isso acontecer, as portas do mercado internacional serão abertas e a carne cearense vai se somar, por exemplo, aos produtos lácteos que já exportamos a partir de grandes empresas, como a Betânia por exemplo.

A Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec) chama atenção também para o mercado interno.  “O consumo de carne no Ceará fica entre 24 e 28kg per capta. Nós somos compradores de carne de outros estados. Nossa luta na Federação da Agricultura é pelo menos sermos autossuficientes no consumo. Produzir aqui no Ceará e deixar a riqueza aqui no Ceará”, afirmou Amílcar Silveira, presidente da Faec.

A próxima campanha de vacinação começa em novembro e, mais um vez, será preciso engajamento de produtores e uma força tarefa de estímulo do poder público e das entidades e órgãos ligados ao meio rural. As cerca de 2 milhões e 200 mil cabeça precisam ser imunizadas. 

A questão envolve patamares distintos e igualmente importantes: potencial produtivo, abertura de mercado e economia regional. Juntando essa tríade com o rebanho certificado, haverá um grande salto na pecuária de corte no Ceará. Isso gera empregos e fortalece o agronegócio. O caminho é a mobilização de todos e de cada um. Trabalho de formiguinha, para construir um exército bovino saudável e rentável.