As duas listas com os 12 nomes que serão encaminhadas ao Tribunal de Justiça não trouxeram novidades. A OAB foi pela tendência, mostrando que os conselheiros estão sintonizados politica e juridicamente, preocupados em valorizar a missão da desembargadoria.
Durante a campanha, ocorreu uma verdadeira varredura na vida dos 27 candidatos. Até mesmo o Judiciário foi acionado para tirar da disputa advogados com negócios duvidosos junto ao poder público. O funil serviu para evidenciar um momento novo na OAB. A justiça fará da luta o complemento da ética como critério para se assumir um cargo com tamanha relevância.
Os mundos político e econômico, entidades e profissionais liberais se envolveram na escolha dos advogados que representarão a categoria no Pleno maior da justiça cearense. Para os advogados, é bom que, ao escolher dos três nomes de cada lista, os desembargadores aprimorem o
pente fino. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está de olho nas escolhas, aumentando a responsabilidade do colegiado do Tribunal de Justiça cearense.
A presidente do TJCE, desembargadora Maria Nailde Pinheiro, tem a voz mais forte no processo. Juíza de carreira e desembargadora por mérito, ao cumprir com correção seu painel como julgadora, terá a responsabilidade de liderar a entrada de 10 novos desembargadores. Todos os nomes passarão pelo crivo dos atuais desembargadores. A escolha errada acarretará retrocesso a uma luta, até aqui, realizada para tornar o Tribunal livre dos que não respeitam a toga.
A mobilização dos advogados durante a campanha foi bem mais ética do que em episódios anteriores. Não se viu a agressividade costumeira, o poder econômico a olho nu e muito menos denúncias de favorecimentos. Todos sabem que alguns nomes têm vantagens. O Judiciário foi acionado para equilibrar as escolhas. Agora, cabe ao poder nomear quem tenha respeito às leis e à ética e conhecimento da conduta responsável que cabe a um juiz.