segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Anvisa diz que tentou evitar ida de jogadores para o estádio e que cumpriu leis sanitárias brasileiras

 


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nova nota neste domingo (5), após a suspensão do jogo entre as seleções de futebol da Argentina e do Brasil, e afirmou que cumpriu as leis sanitárias brasileiras e tentou barrar a ida dos quatro jogadores que não cumpriram a quarentena imposta para evitar a disseminação do coronavírus.


Mais cedo, agentes da Polícia Federal e da Anvisa entraram no campo da Neo Química Arena, em São Paulo, para retirar os quatro jogadores da Argentina. Depois, a Conmebol suspendeu o jogo pelas eliminatórias da Copa do Mundo, organizadas pela Fifa.

Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso, quatro jogadores da seleção da Argentina, fizeram declarações sanitárias falsas no formulário ao entrar no Brasil, disse a Anvisa. Os quatro jogadores devem ser ouvidos na delegacia da Polícia Federal no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, em apuração sobre o crime de falsidade ideológica.


A Anvisa explica que tentou estabelecer a quarentena desses quatro jogadores desde sábado (4).

"Desde a tarde deste sábado (4/9), a Anvisa, em reunião ocorrida com a participação de representantes da CONMEBOL, CBF e da delegação argentina recomendou a quarentena dos quatro jogadores argentinos, ante a confirmação de que os jogadores prestaram informações falsas e descumpriram, inequivocamente, a Portaria Interministerial nº 655, de 2021, a qual estabelece que viajantes estrangeiros que tenham passagem, nos últimos 14 dias, pelo Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia, estão impedidos de ingressar no Brasil", diz a nota.


Depois, neste domingo pela manhã, a Anvisa acionou a Polícia Federal "a fim de que as providências no âmbito da autoridade policial fossem adotadas de imediato".

"No exercício de sua missão legal, a Anvisa perseguiu, desde o primeiro momento, o cumprimento à legislação brasileira, que, nesse caso, se restringia à segregação dos quatro jogadores envolvidos e a adoção das medidas sanitárias correspondentes. Desde o instante em que tomou conhecimento da situação irregular dos jogadores – no mesmo dia da chegada da delegação - a Anvisa comunicou o fato às autoridades brasileiras em saúde, por meio do CIEVS – o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde", diz o texto.

A Agência disse ainda que teve uma reunião com as autoridades envolvidas e voltou a determinar a quarentena neste momento.

"Ainda na tarde do sábado, ocorreu a reunião já referida envolvendo o Ministério da Saúde, secretaria estadual de saúde de São Paulo, representantes da CONMEBOL, CBF e da delegação argentina. Nessa reunião, a Anvisa, em conjunto com a autoridade de saúde local, determinou, no curso da reunião, a quarentena dos jogadores", diz a nota.


A Polícia Federal tentou buscar os jogadores no hotel e, depois, no vestiário, mas a Argentina não liberou a entrada e, por isso, afirmam que tiveram que entrar no campo.


Para Torres, eles precisam ser deportados e devem ser multados por infrações sanitárias.


O Ministério da Saúde afirmou "que apoia e reconhece as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autoridade em saúde responsável pelas ações de vigilância sanitária do país".


Presidente da Anvisa explica porque jogo entre Brasil e Argentina foi interrompido

Segundo o GE, um acordo entre governo federal, CBF e Conmebol permitiu que os quatro participassem do jogo e, por isso, chegaram a entrar em campo.

Esses quatro argentinos jogam em clubes ingleses (Emiliano Martínez no Aston Villa, e Cristian Romero e Lo Celso, no Tottenham). Viajantes que estiveram no Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia precisam fazer quarentena de 14 dias antes de entrar no Brasil.


Antes de viajar a São Paulo, eles chegaram a informar que estariam na Venezuela. "Porém, notícias não oficiais chegaram à Anvisa dando conta de supostas declarações falsas prestadas por tais viajantes", disse a Anvisa.

Para o órgão, trata-se de "notório descumprimento" de uma portaria interministerial e das normas de controle imigratório brasileiro.


(Informações G1)