A
educação remota no Brasil sem dúvida é um grande desafio. Diariamente,
professores e escolas têm que se reinventar para tornar o ensino mais
interessante e evitar a evasão dos alunos.
Segundo dados da UNICEF, cerca
de 5,5 milhões de crianças não receberam atividades escolares em 2020. Além
disso, o índice de abandono escolar também aumentou. O fato é que essa pausa
que demos com as escolas fechadas, poderá ocasionar grandes prejuízos para a
educação das nossas crianças e adolescentes, principalmente para os estudantes
de classes econômicas mais baixas.
Nesse meio tempo, estados,
municípios, escolas e entidades ainda enfrentam dificuldades para organizar a
reabertura das instituições de ensino de forma segura. A realidade é que fica
difícil falar em uma reabertura com segurança, já que vivenciamos um alto número
de mortes e internações, desde quando a pandemia foi anunciada em março de
2020.
Nos países em que a pandemia
está sob controle fica mais fácil falar em reabertura. Embora tenhamos diminuído
o número de mortes e internações por covid-19, o patamar ainda é alto e temos
uma 3ª onda prestes a estourar.
Um monitoramento efetivo do
Ministério da Educação sobre a situação das escolas durante a pandemia é
essencial para sabermos o tamanho do problema com o qual estamos lidando, além
de avaliar a situação da pandemia em cada estado e em cada município,
assegurando investimentos financeiros para que a retomada aconteça de forma
segura.
Recentemente, o Governo
Federal apresentou as diretrizes de recomendações para a volta às aulas
presenciais. Entre as medidas estão a vacinação dos profissionais de educação e
a orientação para encaminhamento de alunos com sintomas gripais para uma
Unidade Básica de Saúde (UBS).
Ao longo dos próximos anos,
teremos mais dados sobre o impacto desse período em que crianças e adolescentes
ficaram longe da escola. Para agora, já conseguimos identificar que a evasão é
mais comum em famílias de maior vulnerabilidade.
Priorizar a reabertura das escolas é garantir o direito das nossas crianças e
adolescentes, mas não devemos esquecer que essa reabertura deve ocorrer com
segurança, preservando a saúde de estudantes, profissionais da educação e de todas
as famílias.
Luhanna Urya
Advogada e Especialista em Direito Eleitoral