sábado, 7 de agosto de 2021

Os desafios da educação em tempos de pandemia

 



 

A educação remota no Brasil sem dúvida é um grande desafio. Diariamente, professores e escolas têm que se reinventar para tornar o ensino mais interessante e evitar a evasão dos alunos.

Segundo dados da UNICEF, cerca de 5,5 milhões de crianças não receberam atividades escolares em 2020. Além disso, o índice de abandono escolar também aumentou. O fato é que essa pausa que demos com as escolas fechadas, poderá ocasionar grandes prejuízos para a educação das nossas crianças e adolescentes, principalmente para os estudantes de classes econômicas mais baixas.

Nesse meio tempo, estados, municípios, escolas e entidades ainda enfrentam dificuldades para organizar a reabertura das instituições de ensino de forma segura. A realidade é que fica difícil falar em uma reabertura com segurança, já que vivenciamos um alto número de mortes e internações, desde quando a pandemia foi anunciada em março de 2020.

Nos países em que a pandemia está sob controle fica mais fácil falar em reabertura. Embora tenhamos diminuído o número de mortes e internações por covid-19, o patamar ainda é alto e temos uma 3ª onda prestes a estourar.

Um monitoramento efetivo do Ministério da Educação sobre a situação das escolas durante a pandemia é essencial para sabermos o tamanho do problema com o qual estamos lidando, além de avaliar a situação da pandemia em cada estado e em cada município, assegurando investimentos financeiros para que a retomada aconteça de forma segura.

Recentemente, o Governo Federal apresentou as diretrizes de recomendações para a volta às aulas presenciais. Entre as medidas estão a vacinação dos profissionais de educação e a orientação para encaminhamento de alunos com sintomas gripais para uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Ao longo dos próximos anos, teremos mais dados sobre o impacto desse período em que crianças e adolescentes ficaram longe da escola. Para agora, já conseguimos identificar que a evasão é mais comum em famílias de maior vulnerabilidade.

Priorizar a reabertura das escolas é garantir o direito das nossas crianças e adolescentes, mas não devemos esquecer que essa reabertura deve ocorrer com segurança, preservando a saúde de estudantes, profissionais da educação e de todas as famílias.

 

Luhanna Urya
Advogada e Especialista em Direito Eleitoral