O eleitor brasileiro apresentou sinais claros de
amadurecimento. Melhor, sinalizou claramente que sabe o que quer, sabe decidir,
em quem votar. O péssimo desempenho do presidente nas pesquisas mostra bem o
inconformismo. A eleição de Bolsonaro em 2018 foi um gesto claro de rejeição ao
governo Dilma e Temer e não aos governos de esquerda. Não se deve generalizar,
é um erro grave e histórico.
O ex-presidente Lula tem dito que em 521 anos, desde a
descoberta, o Brasil só foi governado pela esquerda após a ditadura militar,
tendo sido responsável pela reconstrução da democracia e sustentado a
estabilidade econômica e social da nação. Ciro Gomes, atento que segue o
cotidiano brasileiro é um crítico do PT mas está abraçado a esquerda e aos
movimentos dos partidos de centro e centro esquerda. Sua imagem também
vai se dissolvendo. Como uma pedra de gelo, o presidente tem
convicção que tudo é uma grande mentira das pesquisas, da imprensa e da
esquerda radical.
O presidente Bolsonaro não sabe mais como se mover para
convencer o Brasil que vacina não resolve, que máscara não protege e que está
tudo normal, a pandemia é obra de marketing da Organização Mundial de Saúde, a
poderosa OMS, reconhecidamente o órgão que reúne o maiores cientistas do mundo.
Bolsonaro pode ter suas convicções, tentar ser diferente, defender o
agronegócio, o comércio e banqueiros, mas precisa também se situar em
conformidade com a sociedade, principalmente os mais vulneráveis. Os pobres são
as maiores vítimas da COVID-19.