segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

É hora da vacina

O mundo ainda está sob efeito do Covid 19, seus estragos e o pânico. O vírus que surpreendeu o mundo está matando, em média, 650 pessoas, por dia, e deixando outras 32 mil entre a vida e a morte nas UTIs espalhadas nos 5.570 municípios brasileiros. É um vírus que contamina rápido, de forma surpreendente, e derruba auto-estima, destrói pulmões e invade a alma. 

Nas escolas, as professoras criaram um apelido para o Covid 19: o “Monstro do Coronavírus”.  Os professores escutam relatos de gente pequena, inocente, contando como tios, avós e outros parentes morreram da doença. São depoimentos emocionantes. Educadores choram, com as histórias contadas por quem está há pouco tempo no mundo, mas compreende a força devastadora do monstro. 

Pois, bem. O governo brasileiro, até agora, só relata episódios negativos em relação à vacina. Outros países já estão vacinando ou iniciando.  A rede de boatos parece ser a circunstância mais “agitável” para o Ministério da Saúde e a Anvisa. Os agentes públicos do governo Bolsonaro ainda não entenderam que é hora da vacina.

O governador de São Paulo se deixou fotografar, ao lado de um Boeing carregado de insumo, para produzir um milhão de doses de vacinas no Instituto Butantã, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. A vacina “chinesa”, como a chama de forna irônica o presidente Bolsonaro, tem 95% de eficácia e está sendo aplicada na população, feita de carne e osso, como os brasileiros. 

No puxa e encolhe entre o governador Dória, que já tem sua vacina e diz que, em janeiro, os paulistas serão os primeiros a serem vacinamos, e o governo do Brasil, que aposta numa vacina só para março e ainda não sabe qual, o paulista parece ter meta e determinação. O rebelde descobriu que é hora da vacina. 

Os americanos, que estão iniciando a vacinação ainda em dezembro, vão na linha certa. Estão comprando vacinas de todos os cinco laboratórios. O Brasil tem protocolos com apenas dois. 

Hoje, está claro que a vacina desenvolvida pelos maiores laboratórios do mundo, com orçamentos milionários, vão faturar bilhões. Para os governos, o negócio é bom. A vacina vai proporcionar grande economia, com redução de internações e tratamentos, além de vai salvar vidas, regra número para política pública de qualquer governo, seja de direita, de centro ou de esquerda.