A abertura do julgamento do ex-presidente Bolsonaro, de sete militares e de um delegado foi arrasadora, com relatórios detalhados sobre o cronograma do plano de golpe para se manter no poder. Os dados constam de inquéritos da Polícia Federal que embasaram o pedido de condenação feito pela PGR.
Caberá aos ministros do Supremo Tribunal Federal a decisão de condenar ou não Bolsonaro, os oficiais e o delegado que, segundo a PGR, planejaram o golpe. A tentativa só não avançou à fase final porque um grupo de generais negou apoio e manteve as tropas afastadas da ocupação de Brasília, mesmo diante da pressão dos manifestantes acampados nas portas dos quartéis.
O ministro Alexandre de Moraes abriu sua manifestação ressaltando que a população foi protegida pela atuação da Polícia Federal, do Exército e do Judiciário diante de uma ameaça direta contra a Constituição e a democracia. “A trama golpista teve início com a criação de um grupo denominado ‘Verde Amarelo’, em 2021, que questionava o voto eletrônico”, destacou.
As provas apresentadas até agora são devastadoras para Bolsonaro e seus aliados. O relatório foi minuciosamente preparado para que americanos e europeus que acompanham o caso não tenham dúvidas sobre a tentativa de ruptura institucional. “A Constituição, consolidada 38 anos após sua promulgação, e a democracia brasileira permanecem fortes”, concluiu Alexandre de Moraes.