segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Ceará recebe conferência internacional sobre clima e desenvolvimento em regiões semiáridas

 


Fortaleza é palco, a partir desta segunda-feira (15), da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid 2025) e da COP Nordeste. O evento, que reúne representantes de mais de 80 países, antecede a COP30 (Conference of the Parties – Conferência das Partes), para a qual as contribuições serão encaminhadas.


Ao declarar aberto o evento, o governador Elmano de Freitas reafirmou, em nome do povo cearense, o compromisso com a sustentabilidade, a cooperação internacional e a construção de um futuro resiliente para todos e todas. “É com grande honra e entusiasmo que o Governo do Ceará dá as boas-vindas a todos e todas. Essa conferência é um espaço singular de diálogo, ciência e cooperação, e não poderia ter um lugar mais apropriado do que aqui, um estado que ao longo da sua história transformou os desafios da seca em oportunidades de inovação e de desenvolvimento sustentável”, disse.



Para o chefe do Executivo Estadual, o evento representa mais que um evento acadêmico. “A Icid 2025, portanto, é um chamado a ação conjunta. É a celebração de uma rede de cooperação, que une continentes, idiomas e culturas em nome de um objetivo comum: garantir a segurança hídrica, alimentar e energética para gerações presentes e futuras”, frisou.


A cerimônia foi realizada no Centro de Eventos do Ceará (CEC), onde seguirá a programação. Também estiveram presentes autoridades que representam órgãos ligados à temática, como a Funceme, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (Cgee), a Organização das Nações Unidas (ONU), o Consórcio Nordeste, além das secretarias estaduais da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) e dos Povos Indígenas (Sepince), bem como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).




A 3ª edição da Icid 2025 busca dar voz a 2,4 bilhões de pessoas em todo o mundo, segundo o diretor do evento, Antônio Rocha Magalhães – referência no combate à desertificação, às mudanças climáticas e na defesa da Caatinga. “Nos próximos dias, estaremos reunidos para debater temas relacionados às regiões secas, como clima, impactos, adaptação, mitigação e desenvolvimento sustentável”, destacou o diretor, que foi homenageado na ocasião por sua trajetória nacional e internacional em prol do desenvolvimento sustentável do Nordeste.


O encontro, que segue até sexta-feira (19), espera reunir cerca de 2 mil participantes, entre pesquisadores, gestores públicos, representantes de organismos internacionais, instituições acadêmicas, setor produtivo e organizações da sociedade civil. A programação inclui plenárias, painéis temáticos e encontros paralelos, com debates sobre gestão hídrica, financiamento verde, educação climática, tecnologias de monitoramento ambiental, cooperação internacional e políticas públicas voltadas para territórios vulneráveis.




Entre os tópicos abordados estão os impactos das variações climáticas nas regiões secas, estratégias de adaptação às mudanças já inevitáveis, o papel dessas áreas para os recursos hídricos, segurança alimentar e energia renovável, além de propostas para contribuir com a redução das mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável.


Representando o MCTI, estava presente Inácio Arruda, secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes) do órgão. Ele ressaltou que todo grande evento do gênero foram precedidos de uma conferência sobre desertos e semiáridos. Neste sentido, reforçou a importância do encontro.



“Essa conferência que nós estamos realizando aqui é a contribuição que nós estamos dando para a conferência do clima, em Belém. E também uma demonstração que, ao discutir clima, não apenas a floresta amazônica, são uns cinco biomas. E nós temos um bioma muito especial, que é a Caatinga, que está no semiárido, e o semiárido está espalhado no mundo inteiro. Então, todas as regiões do mundo, todos os continentes têm semiárido, têm terras secas, têm desertos e têm gente morando”.



A secretária titular da Secitece, Sandra Monteiro, destacou que o evento é fruto de uma junção de esforços. “É importante que o Brasil e o mundo, na COP30, percebam que é muito bom defendermos a Amazônia, mas também precisamos mostrar que o semiárido e a Caatinga são responsáveis pela biodiversidade, pela bioeconomia e, principalmente, pelo clima”, disse.