Quando as portas das coisas erradas se abrem, elas se escancaram para o crime contra o Estado e toda a sociedade. No caso do Congresso Nacional, as emendas estão sob investigação da Polícia Federal, onde parlamentares e prefeitos são suspeitos de desviar recursos. O Projeto da Blindagem tem como objetivo oficializar o crime e proteger seus autores.
Em Brasília, a polarização mudou muito o comportamento dos deputados e senadores, que passaram a brigar e não mais a debater os problemas nacionais. A linguagem é da blindagem, da proteção de criminosos, e da construção de medidas para resguardar o crime organizado, a corrupção e os delitos cometidos por parlamentares.
A legalização da impunidade se materializa com leis equivocadas, plantadas no Congresso e aprovadas de afogadilho. O Parlamento está propondo que deputados e senadores só sejam processados ou presos se autorizado pelo plenário, na data e hora pautada pelo presidente da Câmara ou do Senado. A volta do voto secreto para todas as decisões envolvendo parlamentares, ex-presidentes e presidentes de partidos é outro retrocesso.
As bancadas do PL, União Brasil, Progressistas, Republicanos, PSD, MDB, PRD e Podemos votaram em massa a favor da lei da blindagem ou da “bandidagem”. Lamentável a postura de alguns deputados do PT e do PDT que se alinharam a favor, enquanto é digno de registro o posicionamento de partidos como NOVO, Psol, PCdoB e Rede, que votaram contra.