Imaginem, senhores leitores, milhares de pessoas saindo de casa em pleno domingo de julho – mês das férias escolares dos filhos – para votar e eleger o presidente do PT do seu município, do seu Estado e do Brasil. Esse fato só ocorre no PT, o Partido dos Trabalhadores.
O PT é um partido de raiz, nasceu na base, a partir dos sindicatos profissionais, da Igreja, dos movimentos populares e, principalmente, com apoio dos servidores públicos, professores, universidades, bancários e entidades como movimentos sociais e conselhos profissionais. O apogeu para criar o PT foi a indústria automotiva na região do ABC, com a rebelião dos metalúrgicos. Foi nesse momento que surgiu o presidente Lula.
O Brasil mudou muito a partir das gestões do PT na Presidência da República. Empregados domésticos, agricultores, pescadores e catadores de lixo passaram a ter carteira assinada. O ensino ganhou força com a redução do analfabetismo e a saúde ganhou a universalização do SUS; foram criados o SAMU e redes de hospitais.
O momento do PT é difícil, com o fortalecimento da direita brasileira, que conquistou prestígio entre os mais pobres pregando agendas que eram do PT e que governantes da esquerda foram deixando de lado, como regras de costumes, segurança pública e a regra trabalhista. O jovem brasileiro quer ser empreendedor e não empregado. O novo PT, que sai das urnas deste domingo, poderá promover o reencontro com o atual pensamento da militância e da sociedade brasileira ou estará condenado ao sumiço, como ocorreu com MDB, PP, PSDB, PCdoB e PSD, que se tornaram siglas de aluguel com representação no parlamento, sem perspectiva de poder.