O projeto de implantação do Porto Seco de Quixeramobim avançou nesta semana. Na manhã desta terça-feira (17), a Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag) realizou uma reunião para discutir os impactos logísticos e urbanísticos do empreendimento, além das oportunidades de desenvolvimento para o interior cearense.
Na ocasião, foram discutidas propostas de planejamento urbanístico e de infraestrutura que acompanharão a instalação do projeto. A ideia é que o porto seco opere como um terminal intermodal de cargas, recebendo mercadorias via Ferrovia Transnordestina e promovendo o escoamento da produção de diversas cadeias produtivas por estradas ou por navios.
Alexandre Cialdini, secretário da Seplag, destacou o papel da pasta na articulação técnica do hub logístico e ressaltou as ações que vêm sendo realizadas para garantir a viabilidade econômica e social do porto seco.
Segundo ele, o mapeamento dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) — agrupamentos de produtores, em um mesmo território, que compartilham vínculos de cooperação e atuam em uma mesma cadeia produtiva — já foi realizado, inclusive com a identificação de produtos que são permitidos segundo as jurisprudências islâmicas, podendo ser exportados para países, principalmente, do Oriente Médio.
Além dele, o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSB), participou do encontro. Conforme o gestor municipal, o terminal intermodal tem potencial para transformar a economia local, atrair investimentos, gerar empregos e promover o desenvolvimento sustentável de todo o Ceará.
Para o empreendimento, foi firmada uma parceria com o Programa Cientista-Chefe, da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Por meio da parceria, serão desenvolvidos cenários e modelos para maximizar a utilização da Ferrovia Transnordestina, conectando a produção regional ao Porto do Pecém com eficiência logística.
De acordo com o secretário Cialdini, o arquiteto Fausto Nilo contribuirá com a abordagem urbanística. “A grande tese é que o porto seco não pode empobrecer a cidade-matriz. É preciso endogeneizar o processo para que ele fortaleça a produção local e beneficie a população, especialmente os mais vulneráveis”, afirmou.
“Tudo que for consumido localmente vai gerar receita para o próprio município”, explicou Cialdini, complementando que os produtos destinados à exportação serão isentos do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).