NOTA OFICIAL
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) manifesta profunda preocupação com
a decisão do Comitê de Polí ca Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic
para 15% ao ano.
Trata-se de um dos níveis mais elevados da história recente do Brasil, que impõe um custo
inaceitável para a produção industrial e penaliza especialmente as indústrias do Ceará, que enfrentam maiores desigualdades estruturais e dificuldades no acesso ao crédito.
A justificativa de combate à inflação é fundamental, porém não pode ignorar os efeitos
colaterais profundos desse aperto monetário: retração de inves mentos, paralisação de
projetos, fechamento de linhas de produção e aumento do desemprego no setor industrial.
A política monetária e a política fiscal são complementares e precisam estar alinhadas. Se,
por um lado, a polí ca monetária busca o controle inflacionário, por outro, a política fiscal
não apresenta controle das contas públicas, operando com déficits constantes e aumento da
relação dívida pública/PIB.
O setor produtivo não pode continuar sendo o fiador do ajuste econômico do país.
A taxa Selic de 15% ao ano coloca o Brasil em uma posição completamente descolada do
restante do mundo, onde os juros reais estão em trajetória de queda. Além disso,
compromete a previsibilidade necessária para que o setor privado possa planejar
inves mentos de médio e longo prazo, especialmente aqueles voltados à inovação,
sustentabilidade e geração de emprego formal.
A FIEC reitera a importância do compromisso com o controle inflacionário, mas alerta que
não se constrói uma nação compe va sacrificando a produção e o emprego. É preciso uma política monetária mais equilibrada e uma polí ca fiscal responsável, que juntas promovam a retomada do crescimento industrial e atendam à urgência da reindustrialização do país.
Fortaleza, 19 de junho de 2025.
Ricardo Cavalcante
Presidente da FIEC – Federação das Indústrias do Estado do Ceará