O Espírito Santo foi o Estado que apresentou o maior avanço e é o único fora do Nordeste entre os que tiveram resultados positivos. Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí e Alagoas completam o ranking dos estados com crescimento. A burocracia excessiva, a falta de qualificação da mão de obra e a infraestrutura deficiente seguem como desafios para o progresso.
O Índice FIEC de Inovação dos Estados, divulgado nesta terça-feira (17) pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), revela avanços significativos para o Nordeste, com destaque para cinco estados da região: Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí e Alagoas, que subiram posições no ranking de inovação. O Ceará ocupa a 8ª posição e o Rio Grande do Norte, a 11ª. A pesquisa, realizada pelo Observatório da Indústria - Ceará com apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), é uma importante ferramenta para avaliar e orientar políticas públicas voltadas à inovação em todas as regiões do Brasil.
Em sua 6ª edição, o Índice se consolidou como uma referência para o fortalecimento dos ecossistemas de inovação. "O Índice FIEC de Inovação dos Estados já se tornou uma relevante contribuição para o fortalecimento dos ambientes de inovação em todo o país, sendo utilizado por diversos governos estaduais para otimizar políticas de ciência, tecnologia e inovação", destacou Ricardo Cavalcante, presidente da FIEC.
O estudo classifica os estados com base em dois subíndices: Capacidades e Resultados. O subíndice de Capacidades mede o ambiente inovador, considerando fatores como investimento em ciência e tecnologia, infraestrutura e capital humano. Já o de Resultados avalia a competitividade global, a produção científica e o empreendedorismo, entre outros indicadores.
Ranking Nacional
Em termos de liderança, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul seguem ocupando as três primeiras posições. No entanto, o grande destaque foi o Espírito Santo, que subiu da 12ª para a 7ª posição, registrando o maior crescimento nos últimos cinco anos. O crescimento do Espírito Santo é um reflexo de seu esforço contínuo em fomentar a inovação. Já a região Nordeste, embora tenha se mantido em 4º lugar, viu avanços expressivos em vários de seus estados.
“Compreender a capacidade inovadora da indústria do século XXI é fundamental para nortear políticas públicas estratégicas e eficientes", afirmou Ricardo Cappelli, presidente da ABDI. Ele destaca que o Índice é crucial para guiar os estados na criação de ações mais eficazes para fomentar o desenvolvimento. Para Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria, o Índice "funciona como uma bússola" e oferece grande potencial para os estados aprimorarem suas estratégias de inovação. “Por meio dele, é possível identificar atividades inovadoras que se desenvolvem com fluidez, além de pontos de melhoria a serem trabalhados”, reforça.
Desafios
Embora os avanços sejam claros, o estudo, também, aponta desafios persistentes, como o Custo Brasil, estimado em R$ 1,7 trilhão anuais. Esse elevado custo, resultante de problemas como burocracia, infraestrutura deficiente e falta de qualificação da mão de obra, segue sendo um obstáculo significativo ao crescimento da inovação no país.
O Índice FIEC de Inovação dos Estados 2024, além de ser uma ferramenta estratégica para a formulação de políticas públicas, demonstra a importância de um investimento contínuo em áreas como ciência, tecnologia e empreendedorismo, para que o Brasil se torne mais competitivo no cenário global.
O estudo completo, assim como a série, estão disponíveis na página do Observatório.
[ https://www.observatorio.ind.br/inteligencia-competitiva?conteudo=c1&sub=sc1# ]