quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Com recursos assegurados, Transnordestina deve ter cronograma acelerado

Ao lado do governador Elmano de Freitas, ministro da Casa Civil, Rui Costa, visitou obras da ferrovia em Piquet Carneiro, no Ceará

Com 71% de obras concluídas na Fase 1, a ferrovia Transnordestina está com recurso assegurado para dar continuidade e celeridade ao cronograma de obras no Ceará. A afirmação foi dada pelo ministro da Casa Civil do Governo Federal, Rui Costa, que esteve nesta quinta-feira (14) em Piquet Carneiro, no Sertão Central cearense, vistoriando as obras no estado. A visita técnica foi acompanhada pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas; a vice-governadora Jade Romero; o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; a senadora Augusta Brito; os diretores da Transnordestina Logística, Edison Coelho e Alex Augusto Sanches; e outras autoridades.

Estratégica para a economia brasileira, a Transnordestina vai transformar a Região Nordeste em polo exportador e conectar, por trilhos, o sertão e o mar. A ferrovia será fundamental para o escoamento da produção na região, tornando mais integrado e rápido o transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério.

A volta dos investimentos federais, a partir de 2023, viabilizou a retomada das obras da Transnordestina, iniciada no primeiro mandato do presidente Lula. O empreendimento é prioridade do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). “Isso [recurso] está resolvido, agora é pedir celeridade à empresa para que ela contrate o quanto antes todas as etapas. Presidente Lula e nós acreditamos que para um país continental como o Brasil se desenvolver plenamente precisa de capacidade logística e de infraestrutura moderna”, defendeu o ministro.

O objetivo é que a entrega da Fase 1 da ferrovia ocorra até 2027 e até 2029, a Fase 2. Para isso, a ferrovia receberá o aporte de R$ 3,6 bilhões, mediante crédito do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Na última semana, a Sudene autorizou o Banco do Nordeste a assinar o aditivo junto à Transnordestina Logística (TLSA), concessionária responsável pelo trecho que vai de Eliseu Martins, no Piauí, ao Porto do Pecém, no Ceará.

O governador Elmano de Freitas destacou o impacto do empreendimento para reduzir custos, aumentar a produtividade e competitividade, principalmente no Ceará. “Essa região será outra com a Transnordestina. Esse trem é como se passasse 240 carretas emendadas uma na outra. A ferrovia vai possibilitar, por exemplo, trazer insumo para toda a bacia leiteira. Também soja e milho mais baratos para os produtores de leite da região. As fábricas de calçados vão exportar a produção com um frete muito mais barato, com um trem de carga muito grande, que vai baratear os custos dessas empresas e que também nos permite atrair outras empresas para essa região, assim como para o Cariri e para o Centro-Sul”.

De acordo com Rui Costa, há expectativa para integrar, na fase 3, a Transnordestina à ferrovia Norte-Sul, que liga o Maranhão ao Porto de Santos, em São Paulo. O objetivo é integrar portos nos estados do Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia e São Paulo. “O presidente Lula concluiu a Norte-Sul. E para a gente integrar a malha ferroviária e portuária, é preciso que essa ferrovia [Transnordestina], depois que estiver pronta essa etapa, falta só um pedaço muito pequeno para conectá-la à [ferrovia] Norte-Sul. Donos de cargas poderiam, portanto, optar pelo custo logístico mais barato”, acrescentou.

Desde o seu início, a Transnordestina já movimentou mais de R$ 7,5 bilhões, gerando emprego e renda.

Desenvolvimento nos sertões

A Transnordestina tem ao todo 1.206 km de extensão em linha principal e 73 km em linhas secundárias. Ela atravessa 53 municípios em três estados nordestinos (Piauí, Ceará e Pernambuco), partindo de Eliseu Martins (PI) em direção ao Porto do Pecém (CE), passando por Salgueiro (PE).

No Ceará, a ferrovia terá um total de 608 km, contemplando 28 municípios, e funcionará com três terminais de carga. Com isso, será possível atender grandes produtores de grãos a partir do Piauí, mas também a bacia leiteira e pequenos e médios agricultores do Ceará, reduzindo o custo com transporte e aumentando a produtividade. Um dos terminais, com foco em grãos, ficará na região entre Iguatu e Quixadá.

A fase 1, de Paes Landim (PI) ao Pecém (CE), está com 71% de execução avançada.

O diretor de Planejamento e Engenharia da Transnordestina, Edison Coelho, fala do empenho da Companhia para fortalecer a indução do crescimento da região. “Nós, todos os trabalhadores envolvidos, todos, sem exceção, as empresas, estão fazendo uma história. Essa ferrovia é um legado de crescimento”, garante.

Ainda segundo ele, está previsto para o ano que vem o transporte de carga interna no trecho entre Eliseu Martins e a bacia leiteira cearense.