Os leitores perguntam com insistência: qual o motivo da briga pela Prefeitura de Fortaleza? A resposta pode estar na soma do todo: o orçamento de R$ 17 bilhões anuais. Nenhum setor produtivo fatura essa fortuna por ano. Existem outros interesses, também, no jogo político que remete ao poder.
O prefeito da capital cearense é o ordenador de despesa da coleta e tratamento do lixo, algo em torno de R$ 500 milhões por ano. Todo empresário tem interesse nessa bolada. O município gasta mais de R$ 1 bilhão na educação, comprando merenda escolar, alimentos, fardas e outros 120 itens para atender crianças e professores. A Prefeitura gasta outros R$ 2 bilhões com saúde. Só o IJF, R$ 800 milhões. Iluminação pública, conserto de buracos, asfalto e outras despesas levam mais de R$ 3 bilhões. Todos querem um pedaço desse gigantesco orçamento.
A vaidade de comandar a cidade onde se vive, talvez, seja o potencial maior para entrar na disputa. Uma prefeitura da dimensão de Fortaleza nos remete a imaginar muitos interesses. Prefeito vive sob pressão. Além dos lobistas, empresários, lideranças comunitárias, 43 vereadores são como cães de guarda, passam o tempo inteiro de olho no cofre.
No campo político, quem vence a eleição para prefeito de Fortaleza se torma dono de um patrimônio eleitoral, representa 30% da população do Ceará e senta em toda mesa onde se debate sobre política e se dialoga com todos os poderes e poderosos.