sexta-feira, 26 de julho de 2024

“Não se ganha eleição de véspera”, diz a realidade política


Na liturgia da política, nem sempre se confirmam os badalados favoritismos. Quando as urnas se abrem, muitas vezes, trazem surpresas. Nas campanhas, ocorrem fatos determinantes que mudam a direção do voto do eleitor. 

Na eleição municipal de 2020, o prefeito Arnon Bezerra disputava a reeleição em Juazeiro do Norte. As pesquisas lhe davam até 15% de vantagem sobre o adversário Glêdson Bezerra. Arnon perdeu por mais de 2% de diferença. Em São Gonçalo, o candidato Elder Gurgel, apoiado pelo então prefeito Cláudio Pinho, tinha até 20% de vantagem sobre o professor Marcelão, candidato da oposição. As urnas foram abertas e Marcelão saiu vitorioso  com 2% a mais dos votos. Em Caucaia, o favorito era o prefeito Naumi, que aparecia com 16% de vantagem sobre Vitor Valim, na véspera do segundo turno. Valim venceu com mais de três mil votos de vantagem. 

Arnon Bezerra foi derrotado porque dispensou aliados tradicionais, como o ex-prefeito Raimundão. Em Caucaia, Naumi foi derrotado porque rejeitou aliados e houve ainda uma operação policial, com apreensão de dinheiro e uma lista de nomes para pagar votos. Em São Gonçalo, a derrota de Elder foi o chamado “salto alto”. Achava que tudo estava resolvido. A oposição se uniu e a derrota foi inevitável. 

Estamos a 10 dias do início da campanha eleitoral. A eleição é vista atualmente como “tiro curto”. São 60 dias para manter o favoritismo ou mergulhar na frustração. Vamos aguardar o curto tempo.