Após a decisão judicial da 4ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, que autoriza uma busca por bens na residência de Ciro Gomes, o PDT e o PSDB publicaram, nesta sexta-feira (10), notas de solidariedade ao ex-governador do Ceará. Os partidos alegam que a medida é “uma clara violação dos direitos civis” e consideram “inaceitável” a decisão do juiz Diego Ferreira Mendes, publicada no último dia 30 de abril.
Em nota, o partido de Ciro, o PDT, disse que a decisão é “uma afronta ao Estado de Direito”. “É inadmissível que um cidadão de reconhecida trajetória pública e compromisso com o país como Ciro Gomes seja tratado de forma tão desrespeitosa e arbitrária. Repudiamos veementemente a utilização da força policial para resolver questões civis, principalmente em um contexto no qual há tantos casos prioritários demandando a atenção das autoridades”, informa.
O PDT diz, ainda, que o ato do juiz foi inconstitucional e revela que, em tempos passados, bloqueou uma conta bancária do pedetista e de sua esposa, Giselle Bezerra. “É importante lembrar que a mesma justiça de São Paulo, de forma inconstitucional, em outro processo, bloqueou a conta bancária de Ciro e fez o mesmo, sem qualquer citação ou audiência, da conta particular de sua esposa”, disse.
“Inaceitável” e “arbitrária”, foi assim que o PSDB classificou a situação. De acordo com o partido, a busca de bens para o pagamento indenizatório é “contrária aos princípios democráticos”. “É triste ver no nosso país corruptos soltos, enquanto temos uma pessoa digna, completamente devotada em mudar o Ceará e o Brasil para melhor sofrendo esse tipo de perseguição. Ciro Gomes acredita na política como um instrumento para transformar a sociedade, e é injusto vê-lo ser alvo de tamanha arbitrariedade”, diz a nota.
DÍVIDA
Movida em 2018, quando Ciro Gomes processou a revista Veja, da Editora Abril, por danos morais, o Tribunal de Justiça de São Paulo recusou a denúncia do pedetista e determinou o pagamento dos honorários advocatícios. O valor não foi pago por Ciro e, somados juros e correção monetária, foi acumulado em R$ 31 mil.
Para quitar a dívida judicial, o juiz Diego Ferreira Mendes autorizou uma busca por bens a serem penhorados na residência do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT). Inicialmente, o foco da ação é a casa localizada na Praia de Iracema, em Fortaleza. Na decisão, o juiz autorizou, ainda, o arrombamento da residência por parte da equipe policial, caso seja necessário.