segunda-feira, 24 de julho de 2023

As oligarquias: Lula, há décadas; Ferreira Gomes, chegando ao fim; Camilo Santana, mais recente e eclodindo


O Ceará já conviveu com muitas oligarquias: Acioly, Távoras, Bezerra de Menezes,  Alcântaras,  Benevides, Jereissati.  Nos municípios, as oligarquias se estendem por décadas. 

No universo da política existe um só caminho, o do poder, que faz surgirem oligarquias. Lula comanda uma oligarquia. Seu poder teve início nos anos 70, ao virar sindicalista e, em seguida, líder de várias categorias profissionais, através da CUT, a poderosa Central Única dos Trabalhadores. Lula controla há 40 anos mais de 180 sindicatos de várias categorias profissionais públicas e privadas no Brasil. É presidente da República pela terceira vez. Não é pouca coisa. Sua família sobrevive da influência exercida pelo poder. 

Qual a definição para oligarquia? São regimes políticos em que o poder é exercido por um pequeno grupo de pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe ou família. O termo surgiu com os barões de São Paulo e Minas Gerais, controlando por anos os governos e exercendo o poder em sua plenitude. 

Ciro Gomes lidera uma oligarquia. Ele pode até não considerar isto e não gostar do termo. Sua reclamação de que Camilo Santana transformou o sobrenome Ferreira Gomes em coisa ruim demonstra claramente que Ciro assume ser um oligarca. O mundo externo da política e o nosso de jornalistas não conhecem  qualquer manifestação do atual ministro da Educação para destruir a imagem e a reputação da família Ferreira Gomes. 

Camilo, que tem uma família inserida no serviço público, também, pode ser tachado de oligarca em início de carreira. Poderoso politicamente, vindo de uma famiiia tradicional no serviço público, Camilo tem um curto roteiro a cumprir para montar sua oligarquia. Isso é natural, são ciclos e não é crime. 

As pessoas do povo aprovam e aplaudem as oligarquias. Gostam de ver as famílias exercendo influência. Com o prestígio, em segundos, arrumam empregos, criam cargos, resolvem problemas graves, nos três poderes, de pessoas que contribuem e contribuíram com a sociedade. O importante é que não assaltem os cofres públicos. Geralmente, as oligarquias têm bons cargos vitalícios, o que é muito importante para que elas continuem. Hoje, com a transparência e a fiscalização, tudo ficou diferente, logo não se pode demonizar a palavra oligarquia nem o ato de exercê-la. A oligarquia acaba sendo um caminho natural de uma liderança e de poder que se solidificam no ambiente político.