segunda-feira, 29 de maio de 2023

O desafio de vencer facções na periferia

É público! As facções dominam a periferia dos 184 municípios e até mesmo favelas e outros locais encravadas nos bairros de classe média e de classe “A”. 


Um dos maiores alvos dos faccionados são os conjuntos habitacionais, antigos e novos. Eles estão nas entradas e saídas, controlam o acesso de pessoas e quem se nega a contribuir é ameaçado e, muitas vezes, expulso. 


A ação constante da polícia cria resistência, mas a presença de policiais é aquém da necessidade para o controle absoluto das áreas ocupadas pelos criminosos. 


As facções exercem controle e poder. Existem e financiam até candidaturas políticas. Como qualquer núcleo de ação dentro da sociedade, atuam com rigidez, vendem drogas, assaltam bancos, mas seus membros, também, atuam em insuspeitas áreas de negócios, como qualquer cidadão comum. 


As 880 moradias que estão sendo  entregues hoje foram enquadradas nos planos das facções. O condomínio tem mais de seis mil unidades, é como uma gigantesca cidade, onde devem morar cerca de 30 mil pessoas. Um debate melhor para dissipar essas moradias em núcleos menores, numa quantidade mais reduzida de imóveis, poderia diminuir o potencial da ação dos grupos chamados faccionados. Experiências vividas nos conjuntos de Pacatuba, Maracanaú e Caucaia devem servir para repensar projetos de habitação popular.