quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Ceará pode se tornar maior produtor de leite do Brasil


Impressiona o entusiasmo dos produtores de leite do Sertão Central cearense. Organizados, estão criando caminhos para aumentar a produção. Os prefeitos, o CODESSUL, o SEBRAE, o Governo do Ceará e Federação da Agricultura do Estado (FAEC) estão apoiando a iniciativa. O envolvimento do poder público ainda é pequeno, mas pode crescer, se  houver mobilização política para garantir recursos hídricos, como mais poços profundos, reservatórios e até adutora. “Se o Estado investe numa siderúrgica, que gera dois mil empregos, pode investir na pecuária dos pequenos produtores, que vai gerar milhares de empregos e manter famílias no campo, vivendo bem”, defende o presidente da FAEC, Amílcar Silveira. 


Há fatos interessantes na história da bacia leiteira. A região era produtora de algodão, mas o bicudo e a pouca sobra de dinheiro após a colheita desmotivaram os produtores. Eles, então, compraram umas vacas e touros em Goiás, de um fazendeiro que desistiu do negócio, e trouxeram o rebanho para Milhã. O negócio do leite cresceu e se  viabilizou economicamente. A região toda descobriu a vocação para o produto. 

O prefeito de Milhã, Alan Macêdo, investe pesado no incentivo ao setor. Hoje, são mais de dois mil produtores. Macêdo faz parcerias e investe boa parte da receita do município financiando projetos para ampliar o negócio do leite. Por exemplo, garantindo a aquisição de tanques de refrigeração e sêmen e levando assistência técnica. 


O caso do Sertão Central  é modelar. Os 13 prefeitos da região são políticos que podem pensar diferente, ser de partidos distintos, mas, quando a pauta é o desenvolvimento, se unem. Essa visão resultou no CODESSUL, um consórcio que vai trata de questões como gestão de resíduos sólidos, da atração de empresas e de reivindicações para os municípios. Um colegiado que funciona como uma grande cooperativa.