quarta-feira, 28 de setembro de 2022

O crime na política nasce da impunidade, a partir de decisões judiciais pouco esclarecidas


Nos últimos meses, os boletins de ocorrências policiais registraram centenas de casos de agressões entre militantes que apoiam Lula e Bolsonaro. A polarização saiu do campo político e virou radicalização criminosa. O mais grave: o registro de mortes entre brasileiros por conta do ódio ideológico. 

A motivação do debate sobre intolerância está na trista pauta da conduta moral de Lula e Bolsonaro. Bolsonaristas querem o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, na cadeia. Os petistas retrucam, afirmando que Bolsonaro comprou dezenas de imóveis com dinheiro vivo, fruto de rachadinhas, é genocida e violento. Longe da razão e da civilidade, o nível do debate vai para o campo da agressão física. O resultado são casos graves e até fatais. 

Os juristas brasileiros reclamam do Supremo Tribunal Federal (STF) pela não condução do desfecho das decisões judiciais, pois os processos e as sentenças contra Lula foram anulados. O caso merecia melhor explicação. Para os bolsonaristas, o STF persegue Bolsonaro e tirou Lula da cadeia para ser eleito presidente, a partir do desgaste do presidente em derrotas seguidas na Corte. Lula afirma nos comícios, debates e em entrevistas que foi inocentado. A declaração é vista por apoiadores de Bolsonaro como deboche. Por outro lado, os petistas acusam o presidente de crimes graves, sem sentença ou punição. É uma queda de braço perigosa, que ultrapassa o campo político e domina o cotidiano nas ruas. 

Na perspectiva da Justiça Eleitoral, a tendência é reduzir as agressões com a ampliação do policiamento, chegada das Forças Armadas e uso da Força Nacional. No Ceará, 10 municípios terão, além da Polícia Militar, forças federais. A sociedade pretende sair de casa para votar em paz.