sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Candidata a deputada federal, Patrícia Marxs alerta que a falta de atendimento à saúde da mulher contribui para mortalidade materna no Brasil


Dados registrados no Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, em 2021, mostram que o Brasil teve média de 107 mortes a cada 100 mil nascimentos. Os números são alarmantes e mostram que a falta de atendimento na saúde da mulher, bem como a carência de recursos e a ausência de políticas para o público feminino têm favorecido os índices galopantes.

O alerta é feito pela advogada e candidata a deputada federal pelo União Brasil (UB), Patrícia Marxs. 

"Os números elevamos mostram que o sistema de saúde apresenta fragilidades. O cuidado começa com a atenção primária, com o pré-natal, observando a situação da gestação ou se a futura mamãe apresenta algum tipo de complicação", explica.

Ela ressalta que há carência estrutural para atender gestantes e puérperas, especialmente na parte que envolve leitos de terapia intensiva. 

"Quando uma mulher morre, toda a estrutura da família desmorona. Isso se deve ao fato de ela ser a figura fundamental na organização não somente da mesma, mas também da comunidade como um todo", argumenta Patrícia Marxs.

Violência obstétrica

Outro ponto que contribui ativamente para a elevação na mortalidade das gestantes é a chamada violência obstétrica. Ela se caracteriza por abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde antes ou durante o parto, no pré-natal ou durante a gravidez. Os maus tratos podem ocorrer como violência física ou psicológica, gerando vários traumas. 

"Essa designação não se refere apenas ao trabalho dos profissionais de saúde, mas também às falhas estruturais de clínicas e hospitais públicos ou particulares", aponta a candidata a deputada federal.

No rol da violência entram humilhações verbais, negar tratamento durante o parto, desconsiderar as necessidades da mulher, intervenções médicas forçadas, desumanização e tratamento rude estão entre as mais "comuns". 

Há ainda discriminação, seja ela baseada em raça, origem étnica ou econômica, além de pura e simples negligência.

Para proceder com uma denúncia em caso de violência obstétrica, a mulher deve fazê-la no hospital ou serviço de saúde em que foi atendida. Também pode buscar a secretaria de saúde do município, Estado ou distrito e nos conselhos de classe de Medicina (CRM) para médicos e o Coren para enfermeiros ou técnicos de enfermagem.

"Em caso de dúvidas, procurar um advogado particular ou a Defensoria Pública para dar início ao processo judicial", finaliza.