A pré-candidata ao governo do estado, Adelita Monteiro, do PSOL participou nesta segunda-feira, 27, da audiência convocada pela Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), para discutir alternativas que buscam a manutenção das famílias que ocupam o assentamento Zé Maria do Tomé, localizado no município de Limoeiro do Norte, no Vale do Jaguaribe.
Terreno ocupado desde 2014, o Assentamento Zé Maria do Tomé está localizado em terreno do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A luta das famílias acampadas já se estende por oito anos, cultivando a terra e resistindo pela permanência. O assentamento já chegou a abrigar 150 famílias do Movimento Sem-Terra (MST).
A Defensoria Pública do Estado do Ceará e a União acompanharam todo o conflito judicial e hoje o que se tem é uma ordem de reintegração de posse das terras ao Governo Federal. Essa reintegração está suspensa por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), proferida pelo ministro Roberto Barroso que impede a execução de ações do tipo durante a pandemia de Covid-19. Em abril deste ano, decisão tomada no plenário do STF, ampliou o prazo de garantia da medida, o que se encerra na próxima quinta, 30.
Na audiência realizada hoje, esteve presente junto com Adelita, o pré-candidato a deputado federal, João Alfredo que afirmou:
“Considero essa audiência pública, em conjunto com as lideranças do acampamento Zé Maria do Tomé, um evento necessário, porque compromete um órgão importante da defesa dos direitos fundamentais do Ceará, um órgão institucional como a Defensoria Pública na defesa do acampamento e dos acampados, o que pode fortalecer uma luta nacional; A presença dos assentados e das assentadas com seus produtos da agricultura familiar, uma produção agroecológica, sem uso de agrotóxicos, faz reviver a luta do Zé Maria do Tomé que há 12 anos foi assassinado por lutar contra a pulverização do veneno e veio a pagar com a vida”.
Zé Maria do Tomé foi um agricultor que sofreu com a desapropriação da terra, motivada pela construção do Canal da Irrigação do DNOCS. Além da luta pela garantia do direito à terra, o agricultor também atuava contra a utilização da técnica de pulverização de veneno na agricultura.
Além da presença nesta audiência pública, Adelita Monteiro concedeu entrevistas às rádios locais, integrou evento regional de apresentação do PSOL para novos filiadas e filiados da região do Vale do Jaguaribe e visitou a família que reside na sua terra natal, Limoeiro do Norte, região conhecida como ‘danças”.
Adelita concluiu sua passagem pelo Vale do Jaguaribe e seguiu em direção a Fortaleza, onde cumpre agenda no decorrer desta semana.