quinta-feira, 2 de junho de 2022

Ação moralizadora do Ministério Público impede prefeituras de contratar shows milionários


O cantor de música sertaneja, Gustavo Lima, acertou com uma prefeitura do Maranhão cachê de R$ 1,2 milhão, além do pagamento de jatinho, hospedagem, alimentação e transporte para 25 pessoas. A despesa representava 12% de toda a receita do município e os recursos sairiam dos cofres da educação, saúde e cultura. O show teria duração de uma hora. O cantor não fez o show.

O Ministério Público interveio, foi à justiça e desmontou a farra com dinheiro público. Outros casos estão acontecendo pelo Brasil, onde o MP e o judiciário estão pondo ordem nessa farra com dinheiro do contribuinte. O mais grave: prefeitos e governadores  utilizam dinheiro de áreas estratégicas e prioritárias da gestão, como educação e saúde, para promover as festas. Mesmo que, muitas vezes, os custos não sejam estratosféricos. Será que um cantor precisa ficar rico, fazendo apenas meia dúzia de shows? Indagou um promotor de justiça que venceu a questão na justiça. 

O São João é a grande festa do nordestino. Bandas regionais recebem miseráveis cachês para se apresentar e fazer o público dançar, porque conhecem o repertório que agrada ao público. Poderiam ser valorizadas e melhor remuneradas. O São João é para dançar, alegrar as pessoas, com as músicas de compositores da área do forró, que se tornaram famosas. O dinheiro farto e fácil está mudando o perfil dos festejos. Alguns artistas e defensores da cultura protestam, mas parece que ninguém dá ouvidos. 

Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Dominguinhos, Gilberto Gil, Elba Ramalho, são gigantes das canções juninas. Existem outros talentos. Alguns recebem cachês que não chegam a R$ 200 mil. Estão dentro da realidade. De parabéns, o Ministério Público e o Judiciário.