segunda-feira, 23 de maio de 2022

Político pode ter privacidade?


O ex-presidente Lula casou no meio da semana passada, em cerimônia com 200 convidados. Foram seis dias ocupando o primeiro lugar como assunto mais importante nas redes sociais. Sofreu linchamento, foi tema de debate nos blogs, sites e aplicativos e recebeu defesas emocionadas. Ciro Gomes teve sua companheira execrada, com xingamentos por parte de bolsonaristas, de forma presencial, recentemente, em São Paulo. O próprio Ciro teve que reagir, com palavras duras, para preservar sua família. O presidente Bolsonaro e a primeira-dama do País são agredidos grosseiramente, com baixarias e graves insinuações, todos os dias, nas redes sociais. O homem público, detentor de mandato pode ter vida particular? Privacidade? Pesquisas mostram que não. A internet destruiu o pouco que ainda havia de privacidade dos famosos e políticos importantes para uma comunidade. 

Autoridades, candidatos e artistas utilizam em abundância as redes sociais e conquistam milhões de seguidores, pessoas que “curtem” saber a vida dos que são considerados estrelas nas suas áreas de atuação. Mas, seria possível evitar as baixarias? Jamais. A internet é incontrolável. 

Bolsonaro, Lula e Ciro têm, juntos, mais de 30 milhões de seguidores, somente no Instagram. Nos grupos de WhatsApp servem, diariamente, para pautar os abnegados usuários do aplicativo. Suas vidas são reviradas. É possível ver fake news a todo instante e postagens denominadas de memes a todo hora. O inferno na internet fica longe do mundo real. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem atuado para construir um ponte real entre o eleitor e os candidatos. A versão real e oficial é parar os internautas monetizados, que ganham a vida pregando o ódio, inventando situações de extrema gravidade para a Nação. O usuário de internet que dissemina essas maldades nada tem com isso, mas se sente atingido, por conta do falso discurso daqueles que acreditam existir no judiciário os censores que protegem políticos corruptos e ladrões. O Brasil será consertado, quando a política e a realidade voltarem a se juntar.