O Cariri é berço cultural. São tantas as expressões artísticas que elas se misturam ao cotidiano, à rotina das cidades, e compõem suas identidades. O DNA caririense é poético.
O mais curioso é a convivência, a linha tênue entre o peso do meio urbano e a leveza de seus artistas. No Crato, a mais cultural das cidades do Cariri, ouso dizer que em cada rua se encontra um artista ou, pelo menos, um objeto que remete às raízes e aos saberes daquela gente.
Há compositores, cantores, cantadores, poetas, repentistas, tocadores, pintores, escultores, músicos, bailarinos e atores. Há cordelistas, xilógrafos, artesãos, ilustradores. Parte dessas pessoas tem a arte como profissão, como ganha pão. Outra parte busca no próprio talento um refúgio ou o lazer, ou ainda o prazer de construir o belo, de usar o corpo e seu potencial para surpreender, para ser palco e plateia.
Poderia citar aqui tantos nomes… tantas referências… tantos talentos… mas a minha proposta hoje é fazer você olhar em volta, visitar suas memórias e raízes. Sim, todos nós temos heranças genéticas e afetivas que vêm de longe.
O palco se constrói a partir do movimento, da expressão. Onde há artista, há palco. Mas, certamente, quando se tem uma estrutura física pensada para ensinar, aprender, executar e perpetuar cultura, esse movimento ganha fluidez, alcance.
O Centro Cultura do Cariri Servolo Esmeraldo foi pensado pra esse fim. A região merece. A escolha foi perfeita e certamente os 52 mil metros quadrados do espaço vão ser milimetricamente aproveitados. Serão construídos belos capítulos, recebendo e formando grandes artistas. Dos pequeninos aos mestres, todos terão seu palco. Vamos aguardar as portas serem abertas.