sábado, 19 de março de 2022

Tempo de valorizar o apoio e os votos nos estados e em Brasília


No Ceará, o histórico das campanhas é de disputas difíceis no primeiro turno das eleições majoritárias. A exceção foi em 2006, quando surgiu Cid Gomes. O jovem líder de Sobral venceu Lúcio Alcântara, obtendo 63% dos votos válidos, ainda no primeiro turno. Em 2002, Lúcio Alcântara (PSDB) venceu Zé Airton (PT), por apenas três mil votos, em um segundo turno imprevisível. Em 2014, outra eleição disputada, quando Camilo Santana (PT) venceu  Eunício Oliveira em dois turnos, com pouca margem de votos válidos. Época em que o cenário nacional se misturou ao local. Ficou provado que a opção Camilo era a melhor. O governador está encerrando seu segundo mandato, com 80% de aprovação. 

O que chama atenção no primeiro turno das eleições é a clara adesão de lideranças políticas, vereadores e deputados. Participam da disputa, tentando obter vantagens, e pulam de um lado para o outro, conforme as pesquisas e o andamento da campanha. É o período de valorizar o voto, negociando o apoio em troca de vantagens. 

Está ficando claro, com o passar dos dias, que teremos o enfrentamento entre bolsonaristas, de um lado, com Ciro e Lula juntos, do outro. O desdobramento dos ajustes conheceremos em breve, após o fechamento da janela partidária, com definições de filiações e conjuntos de partidos. 

O deputado Capitão Wagner se apresenta, no momento, como o candidato do bolsonarismo no Ceará, e juntando os que se tornaram oposicionistas do governo cearense, por falta de espaço nas suas bases. Em breve, saberemos como ficarão os palanques, se juntos ou divididos para se unirem em outra etapa da eleição, caso haja.

Ao PDT, no acordo da aliança com o PT e outros 16 partidos, cabe indicar o candidato a governador. O PT ficará com o Senado. O restante da chapa está em disputa por outros partidos. Critérios foram criados. O senador Cid Gomes coordena o processo, acompanha a movimentação de aliados e da oposição. “É natural que a oposição tente se organizar e lançar um candidato bolsonarista”, disse o senador, nos encontros do PDT, apontando Wagner como o nome oposicionista escolhido. 

Wagner parece ter se consolidado como o candidato bolsonarista. O PDT promove novos encontros regionais, no final de semana. Um em Sobral e outro em Itarema. Em abril, com Izolda assumindo o governo e Camilo pré-candidato ao Senado Federal, o desenho será diferente e o jogo político muda.