quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Ultradireita e esquerda radical são invenções de sociólogos e cientistas políticos. Não existem, a rigor

O cara tem seu escritório de criação de teorias, a partir da sua formação acadêmica. Na coluna da direita, joga os empresários e, na coluna da esquerda, parte da classe média e os pobres. Ao centro, as classes A e B. Os aproveitadores das redes sociais faturam, tirando proveito dos três grupos. A guerra ideológica criada por intelectuais de “meia tijela” virou “mantra”. Um tipo de tese de repetição que transforma mentiras em verdades. O pacote de invencionismos resultou no ódio extremo entre cidadãos, que se veem como de direita e esquerda, conservador e de centro. A disputa foi criada nas redes sociais e os espertos estão faturando alto com toda essa enganação. 

O que existiu no Planeta, a partir do ano de 1500, quando o feudalismo, sistema onde o patrão controlava o empregado, retribuindo-o com roupa e comida pelo seu trabalho, foi sepultado, dando lugar ao capitalismo. São movimentos sociopolítico e econômicos.  

O capitalismo, sistema predominante no Mundo atual, é baseado na propriedade privada e na acumulação de capital — dinheiro ou bens e objetos que podem representar mais riqueza. O processo é dividido em duas classes principais: os capitalistas, donos dos meios de produção ou dos bens e serviços que podem gerar dinheiro, e os trabalhadores, que vendem sua mão de obra em troca de uma remuneração. O objetivo do capitalismo é a maximização dos lucros, reduzindo custos ou elevando os preços dos produtos ou serviços. Tudo é feito em livre mercado, com pouca ou restrita interferência do Estado, conforme leis da oferta e da demanda.

O socialismo, um contraponto em tese, defende que os meios de produção e os bens devem ser públicos, coletivizados, com o objetivo de proporcionar uma sociedade mais igualitária de oportunidades e distribuição de riquezas. Tudo com o Estado o responsável por distribuir a produção, organizando um sistema de igualdade e cooperação. Os teóricos mais famosos do pensamento socialista são Karl Marx e Friedrich Engels, que, com a teoria da mais-valia, demonstraram que os trabalhadores não recebiam um pagamento equivalente ao valor das riquezas que produziam, o que gera mais desigualdades e problemas sociais.

O comunismo, embora muitas vezes tratado como sinônimo de socialismo, seria um passo à frente, alcançada a igualdade absoluta entre os cidadãos, o Estado torna-se desnecessário, e a sociedade passa a ser capaz de se autorregulamentar. Os trabalhadores são, enfim, proprietários do trabalho e dos bens de produção, não mais existindo diferentes classes sociais.

A democracia é uma forma de governo na qual os cidadãos participam, de forma direta ou indireta, por meio de pessoas que elegem para representá-los, na proposta de ideias, desenvolvimento de processos e criação de leis que irão regular as condições de coexistência.

A combinação dos radicais gregos autos e kratos significa “poder/governo por um só ou si próprio”. Neste sistema, todo o poder está concentrado em um único governante, que pode ser uma só pessoa, um comitê ou um partido. Há, também, tendência de personalização — as políticas adotadas são confundidas com interesses pessoais, não há outros membros no exercício de governo ou, se existem, são ignorados, Ideias contrárias e oposicionistas são tratados com truculência. O autocrata e seus aliados têm imunidade.

No anarquismo, se prega a ausência de governo. Uma ideologia política que se opõe a todo tipo de dominação e hierarquias . A proposta é superar a ordem social, com um projeto baseado na autogestão, uma sociedade de cooperativismos, onde as pessoas podem se associar livremente.

Com o fascismo, prepondera a ideologia nacionalista e autoritária que surgiu na Itália, no fim da Primeira Guerra Mundial, como oposição ao socialismo. Um movimento que assustava capitalistas e cidadãos mais conservadores. Sua retórica explorava assuntos como combate à corrupção, crise na economia ou declínio de valores morais da sociedade. Apoiava, inclusive, a repressão violenta para resolver tais problemas. Embora se mostrassem capitalistas e defendessem algumas ideias do sistema , como a defesa da propriedade privada, das pequenas e médias empresas, os líderes fascistas buscaram intervir radicalmente na economia. Também, apoiaram que a nação é um bem supremo, em nome da qual qualquer sacrifício pode ser exigido aos cidadãos, e que a salvação vem da organização militar e da guerra.

Fica claro que, ao longo da história, não se sustentaram conceituações ou abstrações sobre direita e esquerda. No clássico linguajar da política, se pode compreender que alguém se coloque mais à direita ou à esquerda de um governo, sem aprisionamentos às ideologias. A sociedade precisa avaliar bem teses que querem impor ao eleitor e ao cidadão para fomentar batalhar ideológicas, dividir a sociedade e ganhar dinheiro, muito dinheiro.