sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

A política de risco que colocou parte da Polícia Federal e do Judiciário a serviço do Bolsonarismo

O Judiciário não pode se envolver na política e deixar os códigos civil e criminal serem usados para abuso de autoridade, por alguns juízes que esquecem a toga, atuando com bandeiras políticas, indo além do que consta nos autos dos processos. A justiça não pode deixar de ser justa, honesta, o equilíbrio da sociedade. 

Na posse do ministro André Mendonça, no Supremo Tribunal Federal (STF), muitos presentes queriam carimbar sua toga, com a marca bolsonarista ou de servidor da bancada evangélica ou da igreja protestante. Mendonça jurou sob a Constituição que “deixaria a religião em casa e seria um juiz, por ser o Estado laico, sem religiões”. 

O novo ministro do STF assumiu, no momento em que a temperatura estava elevada no âmbito do judiciário, por conta de um juiz da 32ª Vara Federal no Ceará, que decidiu rasgar todas as normas processuais, as leis e a Constituição, para tentar fazer justiça partidária contra Ciro Gomes, um crítico voraz do governo Bolsonaro. Um juiz que mandou invadir a residência de um senador, ao amanhecer do dia, quando sua família dormia, inclusive, um bebê. A tentativa foi clara de tentar desmoralizar o mais importante líder político do Ceará, que não responde a processos, mas foi incluído em uma investigação iniciada há 10 anos, a qual o Ministério Público pediu o arquivamento e o juiz não acatou, esperou a véspera da eleição para dar uma canetada, como diz Bolsonaro, no seu linguajar de quartel.

O ambiente político eleitoral não ficou acirrado por conta do tom agressivo de Ciro contra Lula e Bolsonaro, mas por simples ausência do Congresso Nacional e do Ministério Público Eleitoral, que fecharam os olhos para a campanha política feita pelo presidente ao promover motociatas, comícios e lives, desrespeitando as leis, torrando dinheiro público e agredindo adversários.  O Brasil ergueu um campo de guerra política e não um fórum de discussões. Algo perigoso, por se tratar não mais de política entre adversários e sim de inimigos.

Nos Estados Unidos, país que em janeiro deixará de ser a mais poderosa Nação do mundo, economicamente, perdendo o posto para os chineses, é nítido o ambiente de ódio entre republicanos e democratas, o que resultou no atraso, oferecendo aos asiáticos a oportunidade de se tornar a maior potência mundial. O Brasil se coloca na mesma escala, tendo perdido tempo em disparar um crescimento sonhado, se tornado um país de alta inflação e corrupção e uma fábrica de famílias vulneráveis, vivendo na miséria. A justiça precisa ser feita para construir caminhos ao bem, não para desequilibrar a vida em sociedade.