segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Ciro Gomes, como postulante ao lugar do presidente Bolsonaro, denuncia esquema para vender a Petrobras e sinaliza que, se eleito, desmancha o negócio

O mercado financeiro foi abalado, com as declarações do ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à Presidência da República,  Ciro Gomes, terceiro colocado nas pesquisas de intenção de votos. Ele acusa existir um esquema entre Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes para “torrar” (vender) a Petrobras. A denúncia é seria. 

Segundo Ciro, a trama tem requinte de crueldade. “O Paulo Guedes tenta torná-la (a Petrobras) queridinha do mercado e antipatizada pelo povo brasileiro”. Funcionaria esse golpe, conforme o presidenciável, exibindo uma companhia potencialmente viável, mas com corpo de funcionários não à altura da importância da empresa. O Congresso autorizaria o negócio, com aval do centrão.

O Brasil está assistindo a uma alta nunca vista dos preços dos combustíveis. A escalada já atinge 80%, só nos 10 meses de 2021. Em 12, o reajuste atinge 105%. 

Os três combustíveis mais utilizados pelos consumidores, que movem o modal dos transportes, e o que faz a comida da população estão com preços fora do alcance do bolso do consumidor. A gasolina comum está chegando aos R$ 8. O diesel a R$ 7 e o gás de cozinha a R$ 120. 

Ciro diz que algo precisa ser feito pelo Congresso Nacional e pelo poder judiciário, para conter essa campanha, que tem como pano de fundo destruir e, depois, colocar à venda o maior patrimônio dos brasileiros. A Petrobras, que chegou a valer R$ 1 trilhão de dólares, não vale R$ 200 bilhões, a preços de hoje, algo irrisório. 

Ao falar em privatização, Bolsonaro e Guedes jogaram o preço das ações da empresa para o alto, após defenderem a dolarização e fazer ações caírem. Economistas colocam que, a cada declaração do presidente, o prejuízo se torna grande e aumenta, por conta do dólar, que disparou. 

Ciro Gomes, ao alertar o mercado financeiro sobre uma possível retomada da Petrobras em caso de privatização, juntou todos os partidos políticos, sejam de centro ou de esquerda. 

No Congresso Nacional, os partidos Rede, PSOL, PDT e PSB estão aprovando a convocação do ministro Paulo Guedes, para explicar manobras de “destruição” da Petrobras.