quarta-feira, 4 de agosto de 2021

A CPI da Covid criada pelo “Centrão” rende resultados como cargos e aprovação de pacotes como o novo Bolsa Família para salvar Bolsonaro


O Congresso Nacional tem sido um aparelho político para colocar amarras no ocupante do Palácio do Planalto. O jogo político tem sido desfavorável ao governo federal numa tática política inteligente dos congressistas e gerado um poder do parlamento sobre governo federal. 


Após a instalação  da CPI da COVID-19, o “Centrão” foi sendo fortalecido. O presidente da Câmara Federal, Artur Lira, se tornou o escudo do presidente Bolsonaro. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, saiu de cena, ficando no meio do campo botando panos mornos no debate quente envolvendo esquerda e direita, quem promove roubalheira ou boas práticas políticas. 


No corpo a corpo do incêndio político e na batalha que acendeu a pólvora, o “Centrão” está vencendo a batalha e ganhou territórios ao conquistar os melhores cargos, os lugares estratégicos no governo Bolsonaro. A última vitória foi indicar o ministro da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, o chefão do centrão com 30 anos de parlamento, apoiando todos os governos. 


Com o aparato superior a 300 parlamentares, o “Centrão” é uma força viva. O impeachment do presidente Bolsonaro está fora de cogitação , apesar dos 211 pedidos para cassar o presidente.  A rede de proteção oferecida ao presidente não irá garantir sua reeleição, mas, certamente, irá impulsionar Bolsonaro aos melhores índices de popularidade apesar de uma melhor governança. 


O governo do presidente Bolsonaro não tem um projeto, um plano de atuação, se sustenta e busca inspiração nas redes sociais. É um governo que estava precisando de um homem da experiência de Ciro  Nogueira. Pode nascer daqui pra frente uma gestão e um governo organizado. 


A CPI da COVID-19 se tornou um cartão de visitas para conquistar prestígio e poder. Os críticos da comissão se assombram com as revelações dos depoentes e o volume de informações dos seus membros. Os senadores sabem que derrubar o governo não faz bem, por isso a melhor estratégia é derreter Bolsonaro na cadeira de presidente. O presidente na semana passada disse nas suas lives que “é fácil chegar e sentar na cadeira presidencial, o difícil, porém, é permanecer nela”. A frase, além de grave, simboliza o apego por ela o que significa um risco.