domingo, 18 de julho de 2021

Presídios do Ceará eram usados para planejar assaltos, tráfico, prostituição e festas de arromba

 


O secretário de Administração Penitenciária do Ceará, Mauro Albuquerque, é craque em gestão de presídios. Na linguagem política, fez um “cavalo de pau” ao zerar mordomias e aplicar a lei nas casas de detenção cearenses e do país. 


“No Ceará, presos tinham todas as mordomias. Promoviam festas de arromba em boates que existiam nos pavilhões onde se consumia drogas e bebidas alcoólicas. Na cadeia as facções promoviam locações de TV, ar condicionado, eletrônicos e celulares”, conta Mauro Albuquerque.  O secretário vai mais além, ao dizer que presos “pagavam para não morrer e conseguir viver em paz dentro das penitenciárias e se as famílias não fizessem o devido pagamento, os detentos eram torturados e mortos”, relata.


Mauro Albuquerque se tornou referência no país como gestor de presídios e todos os dias participa de palestras e conferências orientando colegas de outros estados a controlar e fazer presídios aplicar a lei, impondo a disciplina se faz necessária para reeducar criminosos. “Como recuperar uma pessoa que comete crimes se ela tem mais mordomias na penitenciária que fora dela?”, crítica. Mauro é amado pelos presos que cumprem penas e voltam para as famílias e odiado pelos que ele chama de “irrecuperáveis”.


O secretário está comemorando a recuperação de cerca de oito mil presos que voltaram para o convívio da família e retomada da vida no trabalho com estudos e preparação profissional. Com o tempo será possível saber o percentual de acerto e erro. Outro fator de estímulo ao secretário Mauro Albuquerque foi a decisão do governador Camilo Santana de implantar escolas profissionalizantes de tempo integral em todos os presídios. “Será uma revolução, uma retomada na vida dessas pessoas, agradeço ao governador”. Pontuou o secretário que enxerga em muitos presos vontade de voltar a ser cidadão limpo, honesto e ter família.


O sistema penitenciário cearense está passando por reestruturação. Foi criada a Polícia penitenciária, cadeias foram desativadas e todo pessoal que cuida da gestão não tem ligação com advogados e pessoas envolvidas com a área criminal. “Preso não recebe mais visitas íntimas, nada entra ou deixa o presídio”, diz Mauro Albuquerque