quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Mesa Diretora da Câmara Municipal realiza reunião com especialista sobre o aumento de casos de Covid-19 em Fortaleza

A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Fortaleza realizou reunião, nesta segunda-feira (08), quando discutiu medidas de segurança no âmbito da Casa, diante da alta do número de casos de Covid-19 em Fortaleza. O presidente Antônio Henrique (PDT) convidou o médico Antônio Lima Neto (Dr. Tanta) para fazer uma exposição sobre a situação atual da Covid-19 na Capital cearense e para dar orientações aos vereadores sobre o assunto. Diante do exposto, a Mesa Diretora está trabalhando uma proposta de uma nova resolução que será apresentada na quarta-feira aos demais vereadores, ampliando os cuidados e ações de prevenção na Casa.

Dr. Tanta observou que o atual momento é delicado diante da alta de casos de Covid-19. “Apesar de estarmos com número reduzido de óbitos, o número de novos casos atinge 500 por dia, metade do que ocorria no pico da pandemia em maio do ano passado”, pontuou. Segundo ele, a partir de agosto do ano passado verificou-se a transmissão residual com poucos casos, mas desde o final do ano o número de casos começou a aumentar, atingindo com maior incidência a faixa etária dos 18 aos 29 anos.

Ele pontua que em Fortaleza a média de óbitos/dia fica entre 5 a 7 casos, número bem aquém dos 90 casos diários ocorridos no auge da pandemia em maio. “Isso deve-se também ao público que vem sendo infectado, em sua maioria jovem e assintomática”, revela. Apesar desse número, o médico não esconde sua preocupação com o número crescente de leitos para Covid-19 que vem sendo ocupados na cidade, com destaque para os do Hospital Leonardo da Vinci, do HGF e hospitais particulares.

“Temos pela frente um cenário nebuloso e preocupante, com a chegada da variante de Manaus aqui, que difere do vírus anterior. Isso quer dizer que mesmo quem teve Covid-19 pode ser acometido novamente. O ideal seria a vacinação em massa, mas atualmente não está sendo possível”, avalia. Outro cenário que ele apontou foi com relação a situação atual do IJF que não está podendo se dedicar exclusivamente aos pacientes de Covid, como ocorreu na época do isolamento social, quando atendia entre 6 e 10 casos de acidentes de trânsito por dia, dando condições dos profissionais atenderem outros casos, pois os casos hoje passam de 100 diários.

Dr. Tanta revela que Fortaleza hoje tem uma circulação viral alta e muitas pessoas ainda podem desenvolver casos graves. “Por isso é recomendado ainda manter o distanciamento, o uso de máscara e ter cuidados redobrados.” Quanto as sessões da Câmara, ele recomendou a menor circulação possível de pessoas em plenário e afirmou que não vê ainda um horizonte para que as pessoas voltem a normalidade. Disse ainda, que até meados de março, o estado deverá receber um lote substancial de vacinas para imunizar uma parte considerável da população.

O presidente Antônio Henrique questionou até quando será necessário a Câmara manter os cuidados redobrados em suas atividades, de acordo com estudos técnicos das autoridades de saúde. Em resposta, o médico afirmou que o uso da máscara deverá permanecer por mais tempo, pelo menos até que a vacina chegue para todos. “Mesmo assim só teremos depois de um certo tempo o impacto dessa vacinação na população. Hoje pessoas abaixo de 50 anos estão sendo infectadas, mas a letalidade não chega a 1%, isso deve-se a um maior conhecimento da doença e da melhoria dos protocolos,” observa.

Falaram ainda os vereadores Adail Junior sobre a quantidade de pessoas que devem estar presente no plenário durante as sessões; o vereador Guilherme Sampaio, que questionou sobre a necessidade de lockdown e a vereadora Kátia Rodrigues que indagou sobre a situação da Regional I que foi uma das mais afetadas na primeira onda da Covid no ano passado.

Dr. Tanta respondendo as perguntas disse que o ideal é ter o menor número de pessoas em plenário, nas sessões. Disse ser contrário ao Lockdown pois prejudica pessoas de baixa renda e os trabalhadores autônomos que não tem como sobreviver. “Se estivéssemos na Alemanha, poderíamos utilizar essa estratégia, pois há uma grande rede de proteção social, até que todos fossem vacinados. Aqui o que se poderia fazer seriam duas semanas, para diminuir o número de casos”. Com relação a pergunta da vereadora Kátia Rodrigues, o médico disse que Regional I foi a área onde as pessoas mais desenvolveram anticorpos, por ter sido também uma das mais atingidas. “Creio que lá não acontecerá uma explosão de casos, mas sempre é bom manter os cuidados e trabalharmos para a ampliação dos leitos,” asseverou.

No final, o presidente Antonio Henrique agradeceu os esclarecimentos e disse ser importante o momento para que os vereadores se cientifiquem sobre a real situação da saúde na Capital, até para que tenham subsídios para orientar a população sobre o assunto.

Resolução

A ideia da nova resolução é que as sessões aconteçam três vezes por semana (terças, quartas e quintas-feiras) de forma híbrida, mantendo o mesmo limite máximo de 20 vereadores por sessão, isto é, os membros da mesa, cinco vereadores no pinga-fogo, nove no Grande Expediente, os lideres de oposição e governo e liderança partidária. Os demais poderão participar das sessões na forma virtual, de seus gabinetes, escrritórios e residências. A exceção será quando da votação do Plano Diretor e da Previdência. Nesses casos, os vereadores que participarem de forma virtual terão que estar no plenário ou em seus gabinetes na sede da Câmara.

Participaram da reunião os vereadores Antônio Henrique (PDT), presidente; Adail Júnior (PDT), primeiro vice-presidente; Ana Paula (PDT), segunda vice-presidente; Eudes Bringel (PSB), terceiro vice-presidente; Julierme Sena (PROS), primeiro-secretário; Guilherme Sampaio (PT), segundo-secretário e Kátia Rodrigues (Cidadania), terceira secretária.