quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

O que será do Brasil em 2021?

O ano começou com a sensação de que tínhamos superado as adversidades de 2020, quando fomos atingidos pela pandemia de coronavírus. Descobrimos, ao final de janeiro do ano novo, que continuamos na mesma situação, com pequeno avanço, ao conseguir algumas doses de vacina.

A surpresa foi a volta brutal dos casos de Covid-19. Como uma onda, a doença está chegando mais forte e matando mais brasileiros. Os estudiosos previram esse fortalecimento do vírus. A “gripezinha” foi transformada em versão 2021, ainda mais letal. 

O senhor ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que vive pesadelos como não entender de saúde, não compreender o funcionamento da máquina pública do SUS, sofre com outro problema: a vigilância constante do presidente Bolsonaro, que exige os méritos da vacinação, mesmo negando a doença e sem muito interesse na imunização. 

No porões do Palácio do Planalto, na escuridão das salas que batizaram de gabinete do ódio, parece estar em andamento um tal projeto que prevê a revitalização do Bolsa Família. Segundo o ministro Ônix Lorenzoni, do Desenvolvimento  Social, o benefício seria elevado a um mínimo de R$ 200 por mês, satisfazendo o ego político do presidente Bolsonaro, que faria as pazes com as pesquisas de avaliação de seu governo e as sondagens eleitorais. 

Bolsonaro descobriu que nadar em meio a multidão de banhistas, pilotar moto, xingar o PT e a esquerda e visitar padaria, sem máscara, não ajuda muito, em se tratando de popularidade. Bom mesmo é injetar grana na “veia” do povão. O que era crime para Bolsonaro, no passado, repassar dinheiro público, hoje, é solução, algo justo. Ainda bem que os pobres dão aula de como um governo deve olhar para os vulneráveis. 

Na outra ponta, além pandemia, tem setores da economia derretendo. Áreas como a educação, entretenimento e eventos atravessam incertezas e prejuízos. Donos de escolas particulares, faculdades privadas, cantores, produtores musicais e promotores de  espetáculos estão beirando as portas da UTI financeira. Os empréstimos subsidiados são fantasias. Os bancos criam dificuldades imensas para liberar dinheiro. Tudo ficou só na conversa bonita do ministro Paulo Guedes.

O mês de janeiro está indo embora. A sensação que ficou foi aquela do avião no piloto automático, sem rumo, sem plano de chegada e em meio à turbulência. 

Nos resta a esperança da fabricação, em  grande quantidade, das vacinas. Seria um antídoto para aliviar as dificuldades. Não se sabe ao certo quando teremos insumos suficientes para produzir vacina no Brasil. O pior de tudo: não sabemos quando os grupos de internet mentem ou falam a verdade, nas postagens atribuídas aos ministérios e ao Palácio do Planalto. Como escrevem os militares, avante!