A prisão de uma candidata a vereadora em Santa Quitéria revelou a tentativa de influência de uma facção criminosa nas eleições locais, já que estava sendo planejado o assassinato do prefeito Tomás Figueiredo.
O plano foi revelado por uma das quatro pessoas presas na madrugada desta quarta-feira, 11 de novembro. Além da candidata a vereadora, Débora Costa Bezerra, e sua companheira, Maria Clara Pereira de Araújo, outros dois homens foram presos enquanto iam para a casa das duas.
Michel Franklin Gomes Higino e Luciano Lucio da Costa, que estavam na motocicleta que foi parada pelo Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) da Polícia Militar (PM). Com eles e na residência de Débora, foram encontradas uma grande quantidade de cocaína e uma arma de fogo.
Durante o interrogatório, Luciano admitiu ter vindo diretamente de Fortaleza para Santa Quitéria para executar uma "missão" a mando da facção Comando Vermelho (CV).
Já Michel revelou que a facção está apoiando a campanha do candidato Braguinha, tendo ele mesmo sido pago para realizar as pichações dos símbolos do CV nas casas que possuíam adesivos da oposição, formada por Tomás Figueiredo.
Michel também contou que a missão de Luciano era efetuar disparos de arma de fogo na porta da residência de Zé Mendonça, braço direito de Tomás Figueiredo, e, depois, atentar contra a vida do prefeito e candidato a reeleição. Ele ressaltou, ainda, que o assassinato deveria ser realizado ainda na quarta-feira, 11 de novembro.
Além de Michel e Luciano, a candidata a vereadora Débora também citou como líder da facção criminosa um homem identificado como Carlos ou "Doze". Dele partiram as ordens para apoiar Braguinha, bem como as pichações nos adesivos de apoiadores de Tomás e o atentado contra a vida do prefeito.
As drogas que foram apreendidas na casa de Débora também foram associadas ao CV, já que o dinheiro da venda das mesmas deveria ser repassado ao "Doze".
Pela grande quantidade de drogas e vasto material de campanha de Braguinha encontrada no local, acredita-se que os entorpecentes estavam sendo usados para "comprar" o apoio dos viciados.
Dois vereadores da base aliada de Tomás, Miúdo e Jarina, foram expulsos da comunidade dos Pereiros por jovens tatuados, aparentemente sob efeito de entorpecentes.
Os quatro presos preventivamente sem direito a fiança, já que os suspeitos apreendidos supostamente pertencem a facção criminosa Comando Vermelho, a qual vem tentanto interferir no pleito municipal do próximo domingo.