quarta-feira, 5 de agosto de 2020

O pensador Ricardo Cavalcante impõe profissionalismo à FIEC e convive com a classe política


O presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, tem visão globalizada, onde os negócios estão acima da questão geográfica. Ele transformou a Casa da Indústria em máquina de produzir resultados. O observatório das indústrias do Ceará tem foco. O radar possui como razão de existir a geração de riqueza, para quem tem vocação. Fazer crescer quem nasceu e se desenvolveu, acreditando no Ceará, atraindo empresas e gerando empregos. A visão abrangente de Ricardo Cavalcante impressiona. Ele celebra a instalação de um laboratório de cutelaria na pequena Potengi, no Cariri cearense, para aprimorar a fabricação de facas (vocação da indústria local) e a chegada da cera da carnaúba cearense, que lustra, faz brilhar a pintura dos carros no mercado americano. Cavalcante, também, ensina o dono de granja a comprar milho mais barato em qualquer país e orienta o empresário da pesca a exportar seu atum, lagosta ou camarão para  onde se paga mais no planeta, no momento. A FIEC é a casa dos amigos industriais, ponto de confraternização, mas também uma fonte onde se bebe conhecimento.

O novo olhar para a indústria 4.0 está no foco. O SENAI prepara pessoas para esses novos tempos. Todos os funcionários da Siderúrgica do Pecém saíram da mesma fornalha, as salas de aula e oficinas do SENAI que, também, preparou toda mão de obra para o setores calçadista, de confecção, construção e pesca. Toda fábrica no território cearense tem recurso humano formado no SENAI e nos cursos de pós graduação da FIEC.

Em toda conversa, Ricardo Cavalcante cita seu amigo e companheiro de bons e difíceis momentos: o seu antecessor Beto Studart. Lembra, ainda, industriais de peso, como Ivens Júnior, Abelardo Queiroz, Jorge Pinheiro, Fernando Cirino, Zé Carlos Pontes e uma dezena de grandes empresas. Sem esquecer dos pequenos que, para ele, são os maiores   empregadores, empreendedores individuais embriões de um futuro seguro.

A pandemia parou parte da indústria, esfriou a economia, mas foi importante para unir ainda mais o setor. Ricardo Cavalcante conta, emocionado(com olhos lacrimejando porque perdeu amigos industriais  e familiares para o coronavírus), que passou o pires e conseguiu mais de R$ 12 milhões para doar em respiradores para os hospitais públicos do Ceará, no início da pandemia. Compraram respiradores, doaram. Com os respiradores custando mais de R$ 100 mil, parou de comprar e surgiu a ideia de recuperar tudo que estava parado, quebrado, aguardando conserto. Cerca de 130 respiradores foram recuperados e ajudaram centenas de pessoas a vencer o Covid 19. Uma lição do pensador Ricardo Cavalcante e uma aula dos técnicos do  SENAI. Aliás, a ANVISA, até hoje, não habilitou a máscara de oxigenar, desenvolvida no SENAI, que salvou vidas e só pode ser usada, agora, se receber autorização do órgão maior de vigilância sanitária. Um absurdo!

A FIEC está celebrando 70 anos. Mais de meio milhão de cearenses trabalham na indústria. São os números oficiais. Outros milhares têm suas indústrias na informalidade. A verdade é que esses homens que comandaram e, hoje, estão à frente da FIEC, possuem brilho, o mesmo que tem o sol que ilumina o sertão. A coragem de um Dragão do Mar e o amor à terra encravada no semiárido mais seco do mundo. Construíram um Ceará que fábrica aço, fogões, ventiladores, peças para automóveis e caminhões, ergue moradias, pontes, estradas. Projeta canais e transfere água. O Ceará tem 20 empresários entre os 100 mais bem sucedidos do Brasil. Não são apenas industriais, mas heróis. Venceram a adversidade do clima e do contexto econômico, desafiando o preconceito.