segunda-feira, 15 de junho de 2020

O mundo não mudou. Da pandemia, sobrará apenas a máscara, por um tempo, e a saída será por meio da política

A frase mais comum, durante a pandemia, é: "O mundo não será o mesmo". Mentira. Avaliação precipitada. Nada vai mudar. Só a máscara, usada entre os que não se conhecem, irá prevalecer, por algum tempo, ou de forma mais direta, até a chegada da vacina.

O governador Camilo Santana, em entrevista ao programa Roda Viva (TV Cultura-SP), foi claro: "Cinco bilionários, no Brasil, têm mais dinheiro que 100 milhões de brasileiros. Isso é uma desigualdade absurda". No decorrer da pandemia, ficou provado que nada foi feito para combater essa desigualdade. Pelo contrário, os ricos ganharam mais dinheiro. Camilo Santana foi no alvo, mostrou a maior doença.

O Congresso Nacional nada fez, além de aprovar um auxílio emergencial para 43 milhões de pobres, no valor de R$ 600. Uma esmola, não é auxílio, na avaliação de especialistas em economia. Com esse valor, uma família de quatro pessoas não vive 15 dias, caso gastasse só nos gananciosos supermercados, que vendem a R$ 10 um quilo de feijão e R$ 6 um quilo de arroz. Se for optar por um quilo de carne, lá se vão mais R$ 30. A pressão exercida por empresários para abrir a economia mostra bem a ganância e que nada irá mudar. O rico, que abomina o isolamento social, só põe dinheiro na conta. Sacar, para estender a mão em nome de salvar vidas, não está no boletim financeiro.

Só existe um caminho para mudar o mundo: a política. Doenças não tornarão as pessoas melhores. Talvez, mais temerosas, um pouco mais generosas, mas não apontarão soluções para as desigualdades. Só as leis podem tornar o mundo melhor, mais justo. A política é a única opção.

Vejam só o Brasil. Temos um presidente que brinca de fake news, um parlamento que não debate os problemas do seu povo, um Ministério Público que persegue pequenos e tem um chefe, que troca a honra do cargo por uma vaga no STF, e tribunais que se preocupam em se beneficiar com mordomias. A pandemia não ensinou nada. Os que morreram não foram velados, se tornaram estatísticas. Foi o legado até aqui.