quinta-feira, 7 de maio de 2020

Ciro, em três tempos, diz verdades sobre o Brasil


1- “O coronavírus não tem vacina e nem remédio, fique em casa.” 
2- “Só em fundos  que não usa, país tem R$ 1 trilhão e 250 bilhões, em reservas. É só usar, com uma simples liberação do Congresso Nacional “
3- “O Brasil  tem meia dúzia de doleiros que sacrificam a nação e o governo não cria uma saída”.

O ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes, é um profundo conhecedor da máquina pública. Tem currículo invejável. Ciro passou pela UFC, Harvard, foi deputado, prefeito de Fortaleza, governador do Ceará, ministro da Fazenda, ministro da Integração Nacional e dirigente da maior empresa privada do Brasil, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Intelectual, Ciro é escritor, professor de Direito e reconhecido orador. Eu me incluo entre jornalistas que criticam a forma como ele não consegue segurar a língua, ser menos azedo em relação a quem não concorda com ele ou comete crimes e erros. Ele é impiedoso com adversários.

O Brasil inteiro conhece a inteligência de Ciro Gomes e já assimila seu formato de falar e colocar verdades sobre economia, política, riqueza e miséria. 


Na GloboNews, anunciaram um debate entre Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), João Amoêdo (Partido Novo) e o líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Major Vítor Hugo(PSL-GO). Não se sabe porque a emissora fatiou o debate, evitando a discussão entre os convidados, promovendo um confronto direto entre Ciro e Amoêdo e Haddad e Major Vítor Hugo em horários duferentes. Ciro partiu para cima de Amoêdo, deu detalhes da situação fiscal da União, citou números, nominou os culpados pela atual situação do Brasil. Disse que o Brasil tem R$ 1 trilhão e 250 bilhões em reservas, recursos de fundos que o governo não utiliza há anos. Foi mais profundo, ao olhar para Amoêdo, na tela do seu computador: disparou e o atingiu, mortalmente, ao dizer que meia dúzia de doleiros destroem a economia, especulam e o governo queima suas reservas em dólares. Considera isso um crime contra a pátria. Dono de banco, Amoêdo sentiu que tinha perdido o debate. 
Para não sair muito mal, pediu a renúncia de Bolsonaro, algo que Ciro havia feito há uma semana. (Se o companheiro e brilhante jornalista Neno Cavalcante fosse vivo, diria que a alma de Brizola tinha assumido o corpo de Ciro Gomes).

O outro grande momento do líder do PDT foi quando abordou a defesa do isolamento social. Ciro Gomes provou  porque poucas pessoas do mundo político e da intelectualidade não o acompanham no debate e na conversa de mesa. Usando a linguagem coloquial, como se falasse para o simples brasileiro, catador de lixo, porteiro de forró, agricultor ou cadastrado do Bolsa Família, disse que o "coronavírus não tem, ainda, remédio, vacina e uma explicação clara". Foi perfeito. Depois, pediu para a população fazer como ele, "ficar em casa". Ciro tem razão, os números mostram que morrem  menos pobres, principalmente, os que moram em comunidades, as favelas quando ficam nos seus barracos.. Ciro foi o  brasileiro sensato, na noite do debate anunciado, que não aconteceu. Todos queriam vê-lo enfrentando o Haddad. Fica para outra oportunidade.