
No palco do auditório, um debate moldado, com este fito, pelo anfitrião e presidente da Assembleia Legislativa, José Sarto. O evento marcou o ponto alto do 1º Seminário de Direito Constitucional da Casa, realizado na tarde desta segunda-feira, 7, no Auditório Murilo Aguiar. em alusão aos 30 anos da Constituição cearense.
A condução das discussões ficou a cargo do jornalista mineiro, Kennedy Alencar, reconhecido pelo alinhamento de suas posições, franca e contumazmente, contrárias ao bolsonarismo e o lavajatismo na mídia sudestina.
Portanto, sobrou deixa para um cipoal de abordagens desesperançadas com o papel desempenhado, até agora, por quem ocupa o Palácio do Planalto. A partir da predominância das temáticas levantadas contra a figura do presidente, a contundência nos arremates dos três debatedores atingiu os mais diversos flancos da sua gestão.
Desde os equívocos nos rumos da economia, das políticas setoriais, dos "riscos de flertes contra o estado democrático de direito" e do "varejismo reativo" ante a falta de um projeto de recuperação nacional até a "destruição da imagem internacional" do País, com os desastres ambientais da Amazônia. Não houve colher de chá alguma para Bolsonaro.


Tasso, por sua vez, disse que o governo não é ditatorial e o presidente peca mais pelo que diz do que pelo que faz. O senador citou como aberrações os antagonismos criados por Bolsonaro nas relações com o Legislativo, o Judiciário e a imprensa, além da sua tendência autoritária, por não acreditar na democracia representativa. Segundo o parlamentar, tudo é risco e necessidade de cautela, pois para que as coisas não se deteriorem, resta apostar na democracia, fazendo oposição responsável e acreditando no “milagre da política”.
O senador frisou, ainda, que o estilo Bolsonaro de governar trouxe, até agora, consequências danosas às questões econômicas. Ao lembrar que crescimento só acontece com investimento, o que pressupõe confiança no ambiente interno e externo, Tasso advertiu que flertes com o autoritarismo e as intimidações em nível institucional são danosas para retomada do desenvolvimento. Para ele, tais críticas são fruto da visão estreita do presidente e do seu entorno sobre o mundo e os padrões de coexistência na vida social moderna brasileira, na sua relação com exterior e os conceitos mais amplos de liberdade.