sábado, 26 de outubro de 2019

Defensoria acompanha primeiro caso de adoção de gêmeos pelo Cadastro Nacional de Adoção em Fortaleza


A rotina de Kristiane da Cunha, 36, e Robson Luiz Barros, 43, mudou de repente. A feira de casa, que continha mantimentos somente para os dois, agora inclui itens como fraldas, shampoos e sabonetes para bebês, talcos, mamadeiras e chupetas, assim, no plural. E foi a partir dessa mudança que a vida do casal se tornou, de fato, plural. 

A chegada de Bernardo e Benjamin, gêmeos de cinco meses, veio para transformar a rotina de Kristiane da Cunha, 36, e Robson Luiz Barros, 43, e encher de amor o lar que já sonhava em recebê-los. Este foi o primeiro caso de adoção de gêmeos pelo Cadastro Nacional de Adoção (CNA) em Fortaleza, e o processo foi intermediado pelo Núcleo de Atendimento da Defensoria Pública da Infância e Juventude (Nadij).

Juntos há 5 anos, Robson e Kristiane entraram no CNA em maio de 2015, no entanto, a vontade de adotar uma criança já vinha desde o início do relacionamento. No dia 16 de outubro deste ano, a decisão proferida pela juíza da 3a Vara da Infância, Alda Maria Holanda Leite, foi favorável e concedeu a guarda provisória aos pais de primeira viagem.

A surpresa foi maior ainda, já que eles estavam aguardando a concretização da adoção somente para o final de 2020. “Na realidade, nós não tínhamos nada, justamente porque estávamos nos organizando para o próximo ano, já que era a previsão do CNA. Mas quando recebemos a notícia, tudo mudou. Muita gente ajudou nessa hora, vieram cunhadas, amigos, gente fazendo surpresa com festa de chá de bebê, tudo”, relembra Robson.
“Conheci os gêmeos em uma visita técnica à unidade. Ambos foram entregues para adoção pelo projeto Anjos da Adoção. Pessoalmente, fiquei muito feliz em poder participar desse processo. Essas crianças foram abençoadas e terão uma nova oportunidade.

A vida, agora, tem planos em dobro, amor em dobro, cuidado em dobro e alegria em dobro. “Reconheço o quão bonito é esse gesto de amor e vejo que ainda há muita desinformação sobre o real sentido da adoção. Tem sido uma experiência única, todo mundo chega junto pra ajudar, amigos de igreja, familiares. Costumamos falar que a gente já estava preparado, mesmo sem saber o quão rápido seria, mas é um amor tão comum que a gente já sente, que faz parte de nós”, alegra-se Robson.

Atualmente, em Fortaleza, 86 crianças e adolescentes estão cadastradas no CNA e disponíveis e aptas a receberem uma nova família.