quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Vice-líder do governo na câmara, vereador Aglaylson (PT) repercute fala do prefeito Evandro e defende que Fortaleza seja a primeira capital do país a implantar a Tarifa Zero

Durante pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza, nesta quarta-feira, o vereador Aglaylson (PT), vice-líder do governo, afirmou que a Tarifa Zero no transporte coletivo não apenas é possível, como necessária. Além disso, defendeu que Fortaleza lidere esse processo no Brasil, tornando-se a primeira capital a implantar o modelo de forma universal.

O parlamentar comentou e repercutiu entrevista recente do prefeito Evandro Leitão, na qual o gestor confirmou que a Prefeitura está aberta ao debate para viabilidade da Tarifa Zero. Para Aglaylson, o tema precisa ser tratado como política pública estruturante. “Estamos falando do direito à cidade, do direito de circular, de conhecer Fortaleza, de acessar trabalho, lazer, saúde e cultura. Mobilidade urbana é justiça social”, destacou.

Aglaylson apresentou dados e experiências que reforçam a viabilidade da proposta. Cidades da Região Metropolitana, como Caucaia, Maracanaú, Eusébio e Aquiraz, já adotam modelos de Tarifa Zero ou gratuidade ampliada. Em Caucaia, por exemplo, o número de usuários do transporte saltou de 505 mil para 2,2 milhões por mês após a implantação da tarifa gratuita, com impactos positivos diretos na economia local e no comércio.

Segundo o vereador, Fortaleza já possui um cenário favorável para avançar. Atualmente, cerca de 91% da população já não paga diretamente a tarifa, seja por gratuidade legal, vale-transporte ou isenções específicas. “Estamos falando de universalizar o direito para apenas 9% da população. É uma decisão política”, afirmou.

O parlamentar explicou que a implantação da Tarifa Zero exigiria um financiamento mensal estimado em cerca de R$ 70 milhões. Hoje, o município já investe entre R$ 16 e R$ 17 milhões em subsídios ao sistema. Com a soma de recursos federais, a reorganização do vale-transporte das empresas em um Fundo Municipal de Transporte e um aumento gradual do investimento orçamentário, de 1,5% para cerca de 2,5%,  o modelo se torna plenamente viável.

Aglaylson lembrou que capitais como São Paulo investem mais de 5% do orçamento municipal em mobilidade urbana. “Fortaleza tem condições de avançar. Com o fundo municipal, o trabalhador deixa de perder 6% do salário com desconto no vale-transporte e o empresário também pode contribuir de forma mais equilibrada. Todos ganham”, explicou.

O vereador destacou ainda que o debate não é isolado. Ele lembrou a realização de encontros com o prefeito Evandro Leitão, a participação de especialistas nacionais, como o deputado Jilmar Tatto (autor do livro Tarifa Zero), e o diálogo com o Governo Federal. “Esse é um debate nacional, encampado pelo governo Lula, e nós queremos que Fortaleza esteja na vanguarda”, afirmou.

Ao final, Aglaylson foi enfático: “Vamos lutar para que Fortaleza seja a primeira capital do Brasil a implementar a Tarifa Zero. É justiça social e é compromisso com o povo”.