Essa poderia ser a história de ascensão de uma empresa que resolveu mudar de rumo e alcançou um sucesso inesperado. Mas não é. Levantamento exclusivo da nossa equipe de jornalismo revela que “muito lixo” foi colocado pra debaixo do tapete para que a Maciel Construções e Terraplanagem passasse a compor o consórcio responsável pelo serviço de coleta de lixo de Fortaleza, mesmo sem possuir histórico de atuação no setor de limpeza pública.
Com um contrato estimado em mais de R$ 350 milhões, o serviço municipal de limpeza e coleta de lixo urbano em Fortaleza passou por várias crises, com agravantes durante 2024, ano eleitoral em que o então prefeito José Sarto buscava sua reeleição.
Um dos principais empecilhos para reeleição de Sarto na época, sem dúvida alguma, foi o mal serviço de limpeza pública iniciado com a entrada da empresa Maciel Construções e Terraplanagem, que teve forte atuação na implantação da fatídica “Taxa do Lixo”, extinta em 2025.
Problemas com a Justiça
De acordo com documentos acessados e verificados por nossa equipe, a empresa responde a mais de 800 processos judiciais, a maioria de natureza trabalhista, envolvendo alegações como descumprimento de convenções coletivas, demissões irregulares e atrasos salariais.
Além da extensa litigiosidade trabalhista, a Maciel também já foi alvo de processo ambiental, incluindo autuação do IBAMA por suposta extração ilegal de calcário e minério, com todos os recursos negados pelo Superior Tribunal de Justiça.