terça-feira, 11 de novembro de 2025

TRE-CE: AIJE que pede a cassação de Roberto Filho tem provas claras e robustas


O julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) nº 0600983-94.2024.6.06.0013, que apura abuso de poder econômico e envolvimento com organização criminosa nas eleições municipais de Iguatu, expôs nesta semana provas graves e consistentes contra a chapa formada por Carlos Roberto Costa Filho e Antônio Ferreira de Souza.


Durante a sessão do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), os desembargadores Durval Aires Filho e Daniel Carvalho Carneiro apresentaram votos duros e detalhados, reconhecendo que há fortes indícios de uma estrutura paralela de campanha montada para beneficiar os investigados semelhante, só que com mais provas robustas e inequívocas, ao que ocorreu em Santa Quitéria.


Os desembargadores destacaram que as provas apontam para a existência de um núcleo clandestino de articulação política sob comando da advogada Márcia Rubi Batista Teixeira, “que atuava em benefício das candidaturas de Carlos Roberto Costa Filho e Antônio Ferreira de Souza, promovendo a manutenção de valores não declarados, cooptação de lideranças locais vinculadas a organizações criminosas e uso de seu escritório como ponto estratégico de campanha”.

Segundo o voto, o escritório da advogada funcionava “como verdadeiro centro operacional da campanha”, frequentado inclusive pelo candidato em finais de semana e feriados, evidenciando articulação permanente.


O desembargador Durval Aires Filho, por sua vez, classificou as provas como “terríveis, claras como o sol” e citou, de forma contundente:

“Os R$ 10 mil transferidos são uma prova tão clara quanto esse sol lá fora. Não há como negar o que está documentado.”


Os votos também destacaram ligações diretas entre integrantes da campanha e pessoas ligadas a facções criminosas, citando diálogos extraídos de celulares apreendidos, que revelam a atuação de cabos eleitorais como Rosa Vidal de Lima e Sayonara Alves. Ambas, conforme os autos, foram nomeadas em cargos públicos após a eleição, em atos assinados pelo próprio prefeito investigado — um claro indício de retribuição política.


Diante de elementos tão contundentes, causa perplexidade o novo adiamento do julgamento, interrompido por pedido de vistas da presidente do TRE-CE, desembargadora Maria Iraneide Moura Silva, quando o placar já estava em 3 votos a 2 pela cassação da chapa.

O que está em jogo ultrapassa a disputa política. Está em julgamento a integridade do processo eleitoral, a moralidade pública e a credibilidade da Justiça.


A sociedade de Iguatu e de todo o Ceará espera firmeza, coerência e coragem do Tribunal para concluir este caso sem tergiversações, garantindo que a verdade prevaleça sobre o poder e o medo.