A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reiterou nesta quarta-feira (5) que a recente operação policial no Rio de Janeiro configurou uma “matança” e defendeu que medidas isoladas de confronto não bastam sem o “estrangulamento financeiro” do crime organizado.
Segundo a ministra, as ações de inteligência combinadas com órgãos fiscais são o caminho para atacar a raiz do problema.
Ela celebrou a operação contra PCC deflagrada nesta quarta para interditar 49 postos de combustível no Norte e Nordeste.
Durante evento com prefeitos cearenses em Brasília, Gleisi citou a declaração do presidente Lula — “Foi uma matança” — e disse que a constatação é unânime, independentemente de apoio ou rejeição à operação. “Essas 115 pessoas… é uma matança. É muita gente”, declarou, citando o número de mortos no episódio. A ministra ressaltou, no entanto, que o governo não é contrário à atuação policial: “Nós não somos contra a operação policial no território — ela tem que existir”, disse, lembrando também que quatro policiais morreram na ação.
Para Gleisi, o problema maior é que operações com elevada letalidade não resolvem o ciclo de violência se o fluxo financeiro que sustenta o crime não for atacado. “É o dinheiro que comanda. Essas pessoas são rapidamente substituíveis pelo crime organizado”, afirmou, classificando a sequência de mortes como “uma tragédia”.
A ministra acrescentou que o governo tem buscado integrar ações de inteligência e fiscalização, citando a atuação conjunta da polícia com a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Gleisi defendeu que, além das ações policiais, é preciso intensificar mecanismos que identifiquem e bloqueiem recursos, para evitar que grupos criminosos simplesmente reponham perdas humanas com novos recrutas e manutenção das estruturas .