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Foto: Agência Brasil |
Perder o controle do PDT por circunstâncias políticas e vaidades não é o principal motivo da saída de Ciro Gomes do partido de Brizola. Sua maior revolta foi ter sido isolado, sem espaço para expor suas posições sobre o cenário nacional.
Ciro resumiu sua indignação em uma frase dita com a eloquência que o caracteriza: “O PDT foi vendido para o PT.”
A declaração atingiu diretamente o presidente nacional do partido, Carlos Lupi — a quem Ciro sempre tratou como amigo — e o deputado André Figueiredo, considerado por ele um aliado leal desde a disputa de 2022, quando marcharam juntos contra Lula, Camilo, Cid e Elmano.
Talvez a cúpula do PDT compreenda a revolta de Ciro, que se queixa do isolamento. De fato, há algo de verdadeiro: Ciro tinha a cara de Brizola, o discurso corajoso e o ímpeto de enfrentamento. Foram dez anos de militância. Sua filiação ao PSDB é um gesto que o aproxima da direita e da extrema direita — movimento que lhe custa caro política e ideologicamente.